ROMA, 21 OUT (ANSA) – Uma bebê palestina nascida prematuramente na Faixa de Gaza sobreviveu a uma delicada cirurgia no Hospital Infantil Meyer, em Florença, para a remoção de um tumor raro de 2 kg localizado na base da coluna.
A recém-nascida chegou à Itália no final de setembro, com apenas 10 dias de vida, em meio à grave crise humanitária no enclave palestino. Na ocasião, ela havia sido diagnosticada com um teratoma sacrococcígeo, um tipo raro de tumor que afeta recém-nascidos.
De acordo com nota divulgada nesta terça-feira (21) pelo hospital toscano, a bebê foi operada assim que seu estado de saúde permitiu. Agora, com 28 dias de vida, ela “está melhorando e segue em recuperação pós-operatória na unidade de terapia intensiva neonatal do Meyer”.
O caso comoveu a equipe médica: “Fui contatado pela força-tarefa do Meyer que organizou essa transferência”, explicou o chefe da terapia intensiva do hospital, Marco Moroni, contando que um de seus neonatologistas, doutor Paoli, viajou até Gaza para buscar a bebê, que foi transportada de avião.
A história só veio à tona após uma publicação nas redes sociais do escritor e jornalista palestino Mosab Abu Toha, vencedor do Prêmio Pulitzer. A repórter italiana Mariangela Pira também ajudou a dar visibilidade ao caso no país.
O pai da menina, Moataz, acompanha a filha no hospital ao lado da esposa, Nancy, e dos outros três filhos, de 5, 4 e 2 anos. Em entrevista à imprensa, ele relatou as dificuldades enfrentadas durante a gestação em meio aos bombardeios: “Estávamos sempre assustados, com medo, mudando de um lugar para o outro para garantir que minha esposa pudesse dar à luz. Após o parto, tive que procurar um lugar mais seguro, levando minha esposa para longe do hospital onde o bebê estava, para encontrar um lugar seguro, longe do bombardeio”, relatou o palestino.
Apesar da melhora, a família segue cautelosa. “Minha filha está melhor, mas, como pai, não me sentirei tranquilo até que ela saia do hospital totalmente recuperada”, afirmou Moataz.
Segundo Moroni, a bebê “está ganhando peso gradualmente, e a ferida pós-operatória está cicatrizando”. (ANSA).