A pequena Luiza Gabriela de Oliveira Lima, de apenas sete meses, sofre com uma doença rara e, por isso, precisa tomar um leite especial que custa R$ 314 a lata. Patrícia de Oliveira, mãe da bebê, está desempregada e contou ao G1 que só o salário do marido não é suficiente para comprar o alimento.

“Ela precisa de 15 latas por mês, o que dá um total de R$ 4,7 mil todo mês. Meu marido não ganha mais de R$ 2 mil. Ela só está se alimentando porque recebemos algumas latas de doação”, disse Patrícia.

Conforme a mãe, a doença foi descoberta logo nos primeiros meses de vida da filha, após ela perceber que a menina não ganhava peso e vomitava muito. Com as situações acontecendo com frequência, Patrícia decidiu procurar um médico, que diagnosticou a criança com deficiência da desidrogenase de hidroxiacil-CoA de cadeia longa (LCHAD).

“É uma doença metabólica, que não a deixa processar a gordura de cadeia longa. Por isso, ela não pode consumir o leite materno porque ele tem muita gordura”, contou.

Como não tem condições financeiras de comprar o leite especial, Patrícia tem recorrido à rede pública de saúde, mas nunca teve respostas da Prefeitura de Goiânia, onde mora. Sem respostas, ela procurou a Defensoria Pública de Goiás, que entrou com uma ação judicial no dia 20 de agosto.

Segundo a defensoria, seis dias depois da solicitação feita pelo defensor, a Justiça concedeu uma liminar, que obrigou o município a fornecer 12 latas do leite especial, conforme relatório médico, no prazo de 10 dias. Contudo, a prefeitura não cumpriu com o prazo.

Após a prefeitura não cumprir com o prazo, o defensor solicitou o bloqueio de verbas do município para que o dinheiro fosse repassado para a família de Luiza, para que eles mesmos pudessem comprar o alimento. Mesmo assim, até esta quarta-feira (06), a Justiça ainda não havia decido sobre o novo pedido feito pela defensoria.

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) informou ao G1 que o caso corre em segredo de Justiça e que, por esse motivo, não pode fornecer mais detalhes.