O ex-diretor do Banco Central Luiz Awazu Pereira, hoje no Banco de Compensações Internacionais (BIS), disse nesta sexta-feira, 25, que as fintechs, como são chamadas as empresas nascentes de tecnologia financeira, precisam ser monitoradas de perto pelos reguladores, mas há um dilema. Os BCs não podem deixar que uma nova crise financeira se desenvolva, mas também não podem “matar” esse tipo de inovação ao apertar muito o cerco às empresas, disse durante o XX Seminário de Meta para a Inflação, organizado pelo BC no Rio.

“A arte é não deixar o risco financeiro se desenvolver excessivamente, mas também não matar a inovação”, afirmou Awazu. O ex-diretor do BC disse que as fintechs podem trazer grande benefícios para o sistema financeiro, provendo mais crédito, mas também há grandes riscos envolvidos. “Vocês sabem que o ‘subprime’ começou com essa história de dar crédito para pessoas menos assistidas”, afirmou ao falar dos empréstimos para a população de menor renda dos Estados Unidos que acabaram gerando a crise financeira mundial de 2008.

“Existe enorme transformação na indústria financeira com as novas tecnologias, as fintechs”, disse Awazu em seu discurso, ressaltando que essas empresas estão conseguindo elevar a oferta de crédito de forma acelerada. “Hoje em dia são coisas pequenas, em termos de volumes ofertados, mas há enorme debate sobre se esse tipo de crédito não vai ser melhor aproveitado se for mais direcionado.”


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