BCs analisam risco de inflação com início de mudança ante política monetária da pandemia

BCs analisam risco de inflação com início de mudança ante política monetária da pandemia

Por Howard Schneider e Balazs Koranyi e Leika Kihara e David Milliken

(Reuters) – Os bancos centrais que lançaram um enorme apoio emergencial para combater a pandemia no ano passado estão agora planejando um redirecionamento mundial, com divergências já surgindo na percepção do risco de inflação, na necessidade de responder a ele e no ritmo do provável retorno à política monetária normal.

Eles são confrontados com choques de oferta e riscos em comum devido a uma pandemia que continua afetando o comércio.

“Globalmente, ainda teremos um longo processo” de reabertura e adaptação à economia pós-pandemia, disse o presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, nesta semana em entrevista à Reuters.

Mas a reabertura, e particularmente a inflação associada a ela, está sendo sentida de forma diferente no mundo das economias desenvolvidas, testando a compreensão das autoridades sobre a economia pós-pandemia e sua capacidade de atingir uma meta de inflação compartilhada de 2% sem prejudicar o crescimento mundial.

Os chefes dos quatro maiores bancos centrais do mundo se reúnem para um fórum quase virtual do Banco Central Europeu (BCE) nesta quarta-feira, e, se o ano passado foi marcado por uma corrida uniforme para evitar o pior, suas estratégias de saída das medidas emergenciais já estão divergindo.

Isso levou a grandes discussões na Europa e nos Estados Unidos sobre quanto risco de inflação os bancos centrais deveriam tolerar enquanto tentam compensar os preços fracos nos anos que sucederam a Grande Recessão, uma década atrás — uma grande aposta, na verdade, sobre se o mundo pós-pandemia funcionará da mesma forma que antes.

A divergência entre os principais bancos centrais do mundo pode influenciar os mercados ao redor do globo, alterando fluxos de capital, taxas de câmbio e padrões de negociação. Pode até haver limites para o quão longe um banco central como o Fed pode ir na normalização da política monetária ou no aumento dos juros se grandes parceiros como o BCE não estiverem indo na mesma direção.

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