A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, reafirmou nesta segunda-feira, 27, que as taxas de juros permanecerão restritivas pelo tempo que for necessário para reduzir a inflação de forma sustentável no longo prazo. Contudo, ela notou que os dirigentes podem atualizar sua posição na próxima reunião monetária, em dezembro.

“Vamos reavaliar nossa posição sobre política monetária em dezembro, informados por novos dados e projeções atualizadas, incluindo perspectivas para 2026”, disse Lagarde, em discurso preparado para a Comissão de Assuntos Monetários e Econômicos, do Parlamento Europeu.

A presidente reiterou o compromisso do banco central com a estabilidade de preços e meta da inflação em 2%, acrescentando que “ainda não é possível declarar vitória”.

Para ela, os dirigentes precisam continuar atentos aos catalisadores da inflação na zona do euro, representados agora por fontes domésticas ao invés de externas.

Lagarde espera que as pressões inflacionárias continuem enfraquecendo, mas alerta que as perspectivas de médio prazo seguem acompanhadas de “incerteza considerável”.

Sobre o crescimento na zona do euro, a presidente do BCE projeta que a estagnação e fraqueza da atividade permanecerá pelo resto deste ano, refletindo o impacto de juros elevados.

Ela acrescenta que mercado de trabalho continua resiliente e os salários devem permanecer impulsionando a inflação doméstica, mas existem sinais apontando perda de força até o final de 2023.

Lagarde acrescentou ainda que existem possíveis impactos inflacionários da luta contra a crise climática e iniciativas de transição verde, mas defendeu que o suporte para esta área precisa continuar.

Segundo a presidente, os dirigentes do BCE estão comprometidos em garantir a descarbonização de portfólios corporativos e apoiar objetivos do Acordo de Paris, de forma que não prejudique a trajetória para estabilidade de preços.