FRANKFURT (Reuters) – A inflação na zona do euro deve cair abaixo de 2% no final do próximo ano, mas o Banco Central Europeu deve se preparar para um cenário menos benigno, evitando longos compromissos com a política monetária já que os riscos altistas dominam, disse nesta terça-feira Klaas Knot, membro do banco.

A inflação foi a taxa acima de 4% no mês passado, mais de duas vezes a meta de 2% do BCE, mas o banco rechaçou pedidos de aperto monetário argumentando que forças transitórias estão por trás da alta e que a inflação vai cair abaixo de sua meta nos próximos anos.

Knot, membro conservador do Conselho de política monetária, também defendeu as pressões de preço “amplamente transitórias”, mas alertou que alguns dos fatores temporários em jogo podem durar mais do que se imaginava.

“Riscos de altas a esse cenário básico dominam”, disse Knot em painel de discussão organizado pelo UBS. “E precisamos nos preparar para cenários de alta também.”

As declarações de Knot foram feitas apenas semanas antes de o BCE decidir sobre a redução de seu Programa de Compras Emergenciais da Pandemia de 1,85 trilhão de euros, devendo também avaliar se eleva outras ferramentas.

Nessa decisão, o BCE não deve se comprometer por muito tempo porque uma inflação mais duradoura poderia exigir ação mais do que alguns acham agora.

“Não podemos faz compromissos incondicionais duradouros que poderiam acabar sendo incompatíveis com a maneira como o cenário da inflação se desenvolve”, disse Knot.

(Reportagem de Balazs Koranyi)

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