O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, previu nesta quinta-feira (31) que a inflação da zona do euro deverá atingir o pico em dois ou três meses. Guindos, que falou durante evento da Universidade de Amsterdã, ressaltou que uma parte do atual choque dos preços de energia é causado por fatores temporários, referindo-se à guerra entre Rússia e Ucrânia.

Guindos também comentou que a alta da inflação deverá levar a zona do euro a apresentar fraco crescimento no primeiro semestre, mas disse não acreditar que a economia se contraia em 2022.

O economista-chefe do BCE, Philip Lane, disse nesta quinta-feira que a instituição deverá ajustar as configurações de sua política monetária se as expectativas de inflação não estiveram ancoradas.

Em discurso na Escola de Economia de Paris, Lane afirmou ser importante que o BCE continue dependendo dos dados econômicos e que as “opções tenham dois lados”.

Lane disse também que o BCE precisa estar totalmente preparado para rever sua política se o choque dos preços de energia e a guerra entre Rússia e Ucrânia levarem a uma deterioração significativa da perspectiva macroeconômica e, desta forma, enfraqueça também a perspectiva de inflação no médio prazo.

O economista-chefe afirmou ainda que é plausível que a inflação de médio prazo não retorne a níveis pré-pandemia de covid-19, mas se estabilize em torno da meta de 2% do BCE.

Lane também descreveu como “bem-sucedida” a resposta da política monetária do BCE à pandemia, que incluiu um plano emergencial de compras de ativos.