O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis Guindos, afirmou nesta terça-feira, 10, que a alta de juros dependerá dos dados e das projeções que a autoridade terá em junho, e que estamos vendo uma normalização da política monetária ao redor do mundo, o que causa volatilidade nos mercados. Em evento voltado ao setor bancário na IESE Business School, o dirigente disse que os governos devem se preocupar com dívidas e déficits depois dos gastos nos últimos anos, e que a política fiscal em uma situação como a que enfrentamos precisa ser melhor focada.

Segundo ele, a situação econômica está marcada pela invasão da Ucrânia, que vai determinar os próximos meses. Guindos lembrou que “antes, vínhamos em um crescimento intenso”, e que a zona do euro havia o recuperado nível de renda de antes da pandemia. Ainda assim, o dirigente reconheceu que a inflação já vinha sendo influenciada por gargalos de fornecimento e preços de energia.

Sobre a estabilidade financeira, Guindos afirmou que a economia russa não é tão grande, e que o sistema bancário europeu não tinha grande exposição. No entanto, reconheceu os riscos, e apontou que a alta das commodities teve impacto no mercado geral. Sobre os diferentes rendimentos dentro do bloco, com destaque para o sul da Europa, o dirigente respondeu BCE sempre observa com cuidado os mercados de dívida pública, já que possuem importante implicação para custos de financiamento. Acerca da recente desvalorização do euro e a postura da autoridade monetária, afirmou: “não temos nenhum objetivo específico para o câmbio, não há níveis mágicos”.