O Banco Central vai permitir um “programa de milhagem” dos bancos para os clientes de bancos que comprovarem maior conhecimento sobre educação financeira. A educação financeira é uma forma de auxiliar os consumidores na gestão dos seus rendimentos, decisões de poupança e investimento, consumo consciente e também na prevenção de situações de fraude.

O programa está sendo desenvolvido com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e deverá ser lançado no primeiro semestre do ano.

A medida foi apresentada nesta quinta-feira, 9, pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante balanço da chamada Agenda BC#.

Essa agenda foi acelerada no ano passado e visa estimular a competição no mercado bancário, redução do custo de crédito e uso de novas tecnologias no sistema bancário. Uma nova rodada de medidas já está planejada para junho.

O diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do Banco Central, Mauricio Moura, informou que a Febraban está desenvolvendo uma plataforma eletrônica de cursos de educação financeira.

Cada pessoa poderá ter uma conta individual que servirá como certificação para que clientes dos bancos obtenham pontos em programas de descontos e milhagem. Como num game eletrônico, os pontos vão se acumulando.

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A pontuação servirá para que o titular do curso tenha descontos e vantagens. Cada banco vai decidir o que oferecerá em troca da milhagem. “A ideia é usar o máximo de tecnologia, para alcançar o máximo de cidadãos”, disse Moura.

O presidente do BC avaliou que parte da inadimplência no mercado de crédito se deve à falta de educação financeira dos tomadores. Ao fazer um balanço das medidas da Agenda BC#, Campos Neto disse que a instituição tem estimulado a formação de poupança e a renegociação de dívidas pelos bancos com programas de educação financeira como contrapartida. “Queremos incentivar um maior entendimento sobre poupança e outros produtos financeiros”, completou.

Dois novos mutirões de renegociação de dívida serão feitos em 2020.

Microcrédito

O presidente do BC disse que a expectativa é de que o microcrédito tenha uma “expansão grande” no Brasil. “Alguns bancos que não fazem, querem fazer. É um produto que tem inadimplência baixa”, afirmou, durante coletiva de imprensa.

Campos Neto observou, no entanto, que para os bancos maiores o microcrédito tem a desvantagem de ter um crescimento mais baixo, em prazos mais longos. Ainda assim, segundo ele, “os bancos grandes também estão começando a olhar este produto”.

“Temos sentido que bancos grandes também estão olhando microcrédito com mais carinho. Vocês vão ver novas plataformas fazendo microcrédito”, acrescentou Campos Neto.

O presidente do BC citou que o Santander, um dos maiores bancos privados do País, já fazia operações de microcrédito. Já a Caixa Econômica Federal, de acordo com Campos Neto, “quer fazer um programa novo de microcrédito”. “O microcrédito pode gerar efeito riqueza de forma mais ampliada”, acrescentou.


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