O presidente do Banco Central da Austrália (RBA, na sigla em inglês), Philip Lowe, afirmou que mais algum aperto monetário poderá ser necessário para garantir que a inflação volte à meta em um tempo razoável. “Se esse será ou não o caso vai depender dos dados e da avaliação do Conselho”, discursou o dirigente perante o comitê de Economia da Câmara dos Representantes australiana. A taxa básica do país é 4,10%.

Lowe disse que é encorajador que os dados recentes estejam consistentes com o retorno da inflação à meta nos próximos anos. No entanto, alertou que há riscos e incertezas aos quais é preciso continuar atento, citando a projeção o consumo das famílias e a inflação nos preços de serviço.

“As previsões do RBA foram preparadas com base na hipótese de o aumento da produtividade se aproximar da taxa dos anos anteriores à pandemia, o que contribuiria para uma moderação no crescimento dos custos unitários do trabalho e, portanto, da inflação. Se essa recuperação da produtividade não ocorrer, tudo mais constante, a alta inflação provavelmente persistirá, o que seria problemático”, afirmou o presidente.

Comentando a decisão de política monetária passada do BC australiano, Lowe disse que o Conselho julgou que a coisa certa a fazer naquele momento era pausar e esperar, diante das incertezas sobre as projeções econômicas.