O Banco Central da Alemanha, o Bundesbank, apresentou hoje uma proposta para que os custos de futuras crises de dívida na zona do euro sejam arcados principalmente por governos em dificuldades e seus credores, e não por contribuintes ou países-membros em melhor situação financeira.

A proposta, que foi detalhada no relatório mensal do Bundesbank, prevê a concessão de novos poderes para o fundo de resgate do bloco, o chamado Mecanismo de Estabilidade Europeu (ESM, na sigla em inglês), e mudanças nos termos dos contratos de bônus soberanos. Atualmente, o ESM dispõe de 500 bilhões de euros (US$ 551,52 bilhões) em recursos.

O BC alemão afirmou temer que medidas já tomadas com o objetivo de combater a recente crise da dívida da zona do euro não sejam suficientes para erradicar os riscos à estabilidade financeira.

Nos últimos anos, países da zona do euro, incluindo Irlanda, Grécia e Portugal, buscaram ajuda de parceiros no bloco e de seus contribuintes para refinanciar dívidas ou socorrer bancos. Com o agravamento da crise, os governos nacionais criaram uma série de novos instrumentos e instituições para combatê-la, incluindo o ISM, que tem sede em Luxemburgo, e um supervisor bancário dentro do Banco Central Europeu (BCE).

No relatório, o Bundesbank argumenta que a capacidade do bloco de lidar com futuras crises precisa ser ainda mais fortalecida, mesmo na ausência de um acordo que leve a uma união fiscal ou política absoluta na zona do euro. Fonte: Dow Jones Newswires.