Após reduzir a taxa básica de juros a 3,75% ao ano, um mínimo histórico, o Comitê de Política Monetária (Copom) indicou que o nível atual é considerado adequado “neste momento”, mas deixou a porta aberta para um novo corte caso a desaceleração da economia brasileira se mostre mais forte diante do avanço do novo coronavírus no País.

Com o crescimento de casos da doença no Brasil, vários economistas têm revisado suas projeções e agora esperam um desempenho nulo da atividade econômica ou até uma retração do Produto Interno Bruto (PIB).

“O Copom entende que a atual conjuntura prescreve cautela na condução da política monetária, e neste momento vê como adequada a manutenção da taxa Selic em seu novo patamar. No entanto, o comitê reconhece que se elevou a variância do seu balanço de riscos e novas informações sobre a conjuntura econômica serão essenciais para definir seus próximos passos”, afirmou o BC no comunicado da decisão.

O BC ressaltou que a conjuntura atual “prescreve política monetária estimulativa”, isto é, com taxa de juros abaixo da taxa estrutural da economia brasileira.

No entanto, o colegiado alertou que é “essencial” perseverar no processo de reformas e ajustes necessários para permitir a recuperação sustentável da economia. Segundo o BC, quaisquer questionamentos sobre a continuidade dessas reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem “elevar a taxa de juros estrutural da economia”.

“Nessa situação, relaxamentos monetários adicionais podem tornar-se contraproducentes se resultarem em aperto nas condições financeiras”, diz o comunicado.

O BC ressaltou também que “continuará fazendo uso de todo o seu arsenal de medidas de políticas monetária, cambial e de estabilidade financeira no enfrentamento da crise atual”.