Após elevar a taxa Selic em 1 ponto porcentual, de 11,25% para 12,25% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) indicou fazer mais dois reajustes de mesma magnitude em seus próximos encontros, caso o cenário esperado pelo colegiado se confirme. As reuniões, que serão realizadas em 2025, já terão Gabriel Galípolo na presidência da autoridade monetária e o novo corpo de diretores, com maioria indicada pelo atual governo.

“Diante de um cenário mais adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões. A magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, diz o comunicado.

O Copom não fazia uma indicação de guidance desde março deste ano, quando havia indicado que faria uma redução de 0,50 p.p. na reunião de maio, o que não ocorreu. Naquele encontro, o colegiado “rachou”: fez um corte de 0,25 p.p. em decisão dividida, que opôs os diretores indicados por Luiz Inácio Lula da Silva e os que já estavam no colegiado desde outros governos, incluindo os nomeados por Jair Bolsonaro.

O colegiado justificou a decisão de elevar a Selic para 12,25% ao ano como sendo compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. “Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, diz o texto.