O Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) tomou nesta segunda-feira, 26, uma nova medida para sustentar o yuan, tornando mais caras operações de aposta contra a moeda do país, após ela se enfraquecer rapidamente em relação ao dólar.

O PBoC determinou que instituições financeiras que vendam contratos de câmbio a termo estarão sujeitas a uma taxa compulsória de 20%. Atualmente, não há cobrança. A alteração, que entra em vigor na quarta-feira, 28, encarecerá operações de bancos que envolvam vendas de yuans para compras de dólares nos mercados de derivativos.

O yuan negociado na China continental já se desvalorizou 3,7% em relação ao dólar desde o começo de setembro e mais de 11% este ano, segundo dados da FacSet. Semanas atrás, a moeda chinesa ultrapassou a barreira psicológica de 7 yuans por dólar e continua acumulando perdas, à medida que a divisa dos EUA segue avançando com vigor.

Nas primeiras horas de negócios desta segunda-feira na Ásia, o dólar chegou a 7,1685 yuans, seu maior nível desde maio de 2020. Em Hong Kong, onde o yuan é negociado de forma mais livre, o dólar saltou a 7,1738 yuans.

No começo do mês, o PBoC reduziu compulsórios bancários para liberar mais liquidez e aliviar a pressão de vendas sobre o yuan. Já na semana passada, o BC chinês vendeu 5 bilhões de yuans em notas de sua emissão em Hong Kong.

A taxa de 20% anunciada hoje havia sido imposta pela última vez em agosto de 2018, quando o yuan sofreu forte queda em relação ao dólar. Com a recuperação da moeda chinesa, a exigência foi posteriormente retirada, em outubro de 2020.