Em uma conversa reveladora com Rodrigo, na madrugada desta terça-feira (1º), Tiago Abravanel comentou sobre a sua (falta de) relação com seu avô Silvio Santos, e disse que seu núcleo familiar, mãe e irmãs, têm pouco contato com o dono do SBT.

Tiago revelou que, quando criança, era comum que os pais de seus amigos aguardassem a chegada de Silvio Santos em suas festas de aniversário, mas que o apresentador só esteve presente na celebração de 1 ano do ator.

“Eu era muito observador. Nos aniversários na minha casa, eu via os pais dos meus amiguinhos esperando para ver se meu avô [Silvio Santos] ia chegar. Eu sei que não era maldade, mas não julgo. Ele só foi pra uma festa de aniversário minha, a de um ano de idade”, disse Tiago.

Mostrando estar bem resolvido hoje em dia com a pouca relação que mantém com Silvio e com suas tias, Tiago disse que não julga o dono do SBT.

“Eu não julgo ele por isso, muito pelo contrário. Podem ser as circunstâncias da vida, quantidade de trabalho, mas, principalmente a falta de conexão. Conexão nunca existiu”, disse.

Tiago também comentou que já chegou a conversar com Silvio e dizer para ele que mesmo o chamando de avô, sempre acaba relacionando a palavra primeiro ao seu avô paterno, e não ao dono do SBT, que é pai de sua mãe, Cíntia Abravanel, primogênita do apresentador.

O ator também revelou que apenas no último Natal se deu conta de que tudo bem, para ele, não ter tido uma relação próxima com a família de Silvio ao longo de toda a sua vida, mas que fica triste por saber que sua mãe sofre com isso.

Leia abaixo algumas das falas de Tiago

“A minha relação de família, com o lado da família do meu avô [Silvio Santos], ela praticamente não existe, ao contrário do que as pessoas pensam. Eu aprendi a lidar com isso de uma maneira mais leve hoje, mas eu já me machuquei muito. Já me doeu demais saber que a gente estava comemorando o Natal, eu, minha mãe, minhas irmãs e meus sobrinhos, e o resto todo da família estava todo mundo junto, e a gente não tava. Isso dói em mim. Mas, eu já aprendi a lidar com isso, porque eu não cresci junto. Eu inclusive ter a tranquilidade de poder expor isso é porque eu já vivi um processo de não querer mais me esconder nesse lugar, que não existe. Porque, por mais que as pessoas idealizem, pra mim, a capa da revista, a família de margarina, não é real. E isso não significa que não doa. Dói. Dói eu ter a notícia de que um primo meu nasceu pelo Instagram ou por uma revista, e não por uma ligação. Mas não foi por falta de tentativa. Sempre me coloquei à disposição. Sempre me coloquei para conversar.”

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“Tipo, imagina eu no colégio. Eu, como sempre fui muito observador… festa de aniversário na minha casa: aí eu ficava vendo os pais dos alunos esperando pra saber se o Silvio Santos estava na festa ou não tava. Sabe assim? Não é de maldade, mas eu sei que existe isso. E as pessoas não imaginam que meu avô, tirando meu aniversário de um ano, que tem foto ele comigo no colo, meu avô nunca foi numa festa de aniversário minha. E eu não julgo ele por isso, muito pelo contrário. Pode ser as circunstâncias da vida, pode ser a quantidade de trabalho, mas principalmente, a falta de relação. Eu me aproximei muito mais do meu avô quando eu me tornei artista do que antes de eu estar na mídia. E aí eu te pergunto: será que essa relação se estabeleceu pelo profissional ou pelo Tiago? Não sei.”

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“Quando aconteceu, não sei se vocês chegaram a ver, um episódio com a minha tia, que ela falou uma coisa na televisão e aí eu fui no Instagram e coloquei. Eu me coloquei ali na posição de uma pessoa que tem um vínculo familiar, mas que não tem uma relação familiar, que são duas coisas diferentes, e de uma pessoa que trabalha com comunicação e que levanta a causa LGBT no mundo. E aí, eu fui muito criticado. A maioria das coisas que chegaram a mim foi de apoio e de coragem, de eu me colocar nesse lugar. Mas ainda assim tiveram umas pessoas que falaram ‘mas por que você não ligou pra ela, ao invés de postar no Instagram?’. E aí eu respondia, mas por que ela não me ligou antes de colocar a visão dela na televisão sem saber o que tava dizendo? Porque as pessoas não sabem que essa relação não existe. Elas preestabelecem que ‘já que ela é sua tia, já que você é sobrinho dela, você têm que se falar’.”

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“Quando eu falei ‘não posso mais sentir essa dor, não quero mais sentir essa dor’, foi justamente no Natal, quando eu me vi junto com a minha mãe e as minhas irmãs, e a gente tava ali feliz, todo mundo junto, com a família unida, e eu olhei mais uma vez pela tela do Instagram, pela internet, que estavam todas as outras filhas, com os outros netos, junto com ele. E aí eu falei ‘tá tudo bem’. Eu senti essa dor por 33 anos. Quando isso aconteceu, eu virei uma página do tipo ‘por que que eu estou julgando um Natal lindo e feliz dessa família se eu nunca fiz parte daquilo?’.”

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“Minha mãe sofre muito. E ela sofre por ela e sofre pela gente.”