BB Seguridade espera aceleração de arrecadação em previdência no 2º tri

A BB Seguridade espera acelerar o volume de arrecadação em planos de previdência privada via Brasilprev, segundo o gerente de relações com investidores da companhia, Rafael Sperendio. A captação líquida da empresa totalizou R$ 3,7 bilhões no primeiro trimestre, redução de 31,3% em relação ao mesmo período do ano passado. “Tivemos uma ênfase maior no plano de previdência de contribuição periódica em um mês no ano passado e dois meses em 2016, o que impacta em termos de volume arrecadado. A partir de março/abril, o modelo é de indução de planos esporádicos, o que já deve trazer benefícios em termos de arrecadação a partir do segundo trimestre”, explicou Sperendio, em teleconferência com analistas e investidores, nesta manhã. A estratégia da Brasilprev de planos periódicos foi “bem-sucedida”, conforme ele, mas impacta a arrecadação uma vez que a captação ocorre de forma mais diluída por ter aportes mensais e tíquete médio menor. Permite, contudo, um fluxo mais estável de receita no longo prazo, segundo Sperendio, ainda que no curto prazo a contribuição seja menor. O gerente da BB Seguridade disse, ainda, que não há indício de mudança para a tendência de resultados mais fortes em termos de captação de previdência no final dos semestres, principalmente, em dezembro. Sobre os resgates, ele afirmou que o indicador está “bem comportado”. O índice atingiu 9,2% ao final de março, 0,2 ponto porcentual superior em um ano e 0,3 p.p. menor no comparativo trimestral. A Brasilprev reportou lucro líquido de R$ 222,8 milhões nos três primeiros meses do ano, crescimento de 1,3% em um ano. O volume de recursos administrados pela companhia alcançou R$ 157,3 bilhões ao final de março, avanço de 30,7%, na mesma base de comparação. O aumento de sinistralidade que a BB Seguridade registrou no seguro prestamista, que garante o pagamento de prestações no caso de perda de emprego, morte ou invalidez do segurado, foi pontual no primeiro trimestre e deve se normalizar nos três meses subsequentes, segundo Sperendio. De janeiro a março, a companhia registrou R$ 27,8 milhões em sinistros ocorridos na base do Banco do Brasil e que não haviam sido reportados à seguradora. “Fizemos uma varredura na base e identificamos sinistros que não haviam sido reportados por conta de divergência de cadastro. Atualizamos a base do sistema e, por isso, esperamos que a sinistralidade do prestamista se normalize a partir do segundo trimestre deste ano”, explicou Sperendio, em teleconferência com analistas e investidores, nesta manhã. O maior volume de sinistros ocorreu, conforme o gerente da BB Seguridade, no bloco de não-contributário, no qual o seguro é feito pelo próprio Banco do Brasil. Ele lembrou ainda que, em 2014, um mesmo movimento semelhante ocorreu por conta da readequação de sistemas. Na ocasião, também foram identificados alguns sinistros ocorridos que ainda não tinham sido avisados à seguradora. Impactado pelo maior aumento de sinistros no prestamista, o índice de sinistralidade da BB Mapfre SH1 – que contempla as áreas de vida, habitacional e rural – no primeiro trimestre foi a 34,3%, acima dos 28,7% nos três meses anteriores e 32,8% um ano antes. Sem o efeito do prestamista, teria sido de 32,7%. Sperendio destacou ainda que o seguro prestamista também foi impactado por um maior número de cancelamentos que geralmente ocorre no primeiro trimestre do ano. O impacto maior, segundo ele, foi na pessoa jurídica. “Acontece isso todo ano. Desta vez, o efeito foi um pouco maior”, esclareceu ele. “O nível de cancelamento deve se reduzir no segundo semestre. É um movimento que sempre observamos”, acrescentou. Os prêmios emitidos no seguro prestamista pela BB Seguridade totalizaram R$ 162 milhões de janeiro a março, queda de 62,5% em um ano e de 75,3% em relação aos três meses imediatamente anteriores.