Colaborou: Marcos Strecker

A fuga dos dois presos do Comando Vermelho (CV), que estavam no presídio de segurança máxima de Mossoró (RN), na semana passada, mostrou que o sistema penitenciário é um dos grandes desafios para o ministro Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública). As cadeias são vulneráveis e dominadas pelos bandidos. Foi o cartão de visitas do crime organizado enviado ao ministro nos primeiros dias de mandato. Afinal, é das prisões que parte a organização das facções criminosas que atuam em todo o País. O CV, fundado no Rio na década de 70, está espalhado em todas as cidades brasileiras, rivalizando com o PCC, que começou a se estruturar depois do massacre do Carandiru, na década de 90. Até hoje ninguém conseguiu pará-los e eles se multiplicam de forma endêmica.

800 mil

Essas duas organizações comandam os 800 mil presos encarcerados nas penitenciárias — e a fuga de Mossoró comprovou que
não há nenhuma intransponível —, de onde são organizados o rentável tráfico de drogas e de armas, os grandes assaltos, os sequestros e o clima de violência que toma conta do País quase sempre conta com a conivência policial.

Masmorras

O caso dessa fuga deveria despertar um grande debate sobre o sistema prisional. Temos cinco presídios federais, com pavilhões espaçosos, mas o País tem milhares de celas infectas, onde os detentos não têm garantias elementares. E a bancada da bala não quer que tenham direitos mínimos de ressocialização prevista em lei. Barril de pólvora.

O articulador de Marta

Batismo de fogo

Marta Suplicy, 78, candidata a vice na chapa para a prefeitura de São Paulo que será encabeçada por Guilherme Boulos, não dá um passo sem consultar o marido, o empresário Márcio Toledo, 63. Os dois se casaram em 2013. Todas as decisões passam por ele, inclusive a coordenação financeira de suas campanhas. Ele foi presidente do Jockey Club de São Paulo e tem um bom relacionamento com o setor financeiro.

Rápidas

A PF apura se entre os R$ 800 mil que Bolsonaro transferiu para os EUA antes da posse de Lula está parte do dinheiro da venda das jóias desviadas do patrimônio público. Seu advogado Fábio Wajngarten diz que esse era o dinheiro que o ex-presidente tinha na poupança.

Arthur Lira usou duas aeronaves da FAB para curtir as festas do Rei Momo em Salvador e Rio. Na Marquês do Sapucaí desfilou pela Beija-Flor. Essa escola recebeu R$ 8 milhões da prefeitura de Maceió. Um escánio.

A ex-deputada Joice Hasselmann deve ser candidata a vereadora. Ela está no PSDB, mas re­cebeu convite da presidente do Podemos, Renata Abreu, e pode disputar por essa legenda. Ela comemora a derrocada de Bolsonaro nas redes.

O corte na taxa de juros tem data para acabar. O economista-chefe do Citi, Leonardo Porto, avalia que o BC deve encerrar o ciclo de reduções na Selic em junho. Galípolo, do BC, pensa quase igual: há de se ter “cautela”.

Retrato falado: Alexandre de Moraes

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“Diversamente do alegado pelo Conselho Federal da OAB, em momento algum houve proibição de comunicação entre advogados e clientes” (Crédito:Divulgação )

Alexandre de Moraes precisou reafirmar sua posição a respeito da comunicação dos advogados com seus clientes acusados de tramar uma tentativa de golpe de Estado. Segundo o ministro, nunca foi vedada a comunicação entre os defensores das partes com os investigados. O que ele não quer é que troquem recados ou combinem versões entre os suspeitos, que devem ser ouvidos em breve pela PF. “A proibição de troca de versões é necessária para resguardar as investigações.”

O fim da Amazônia

Um grupo de cientistas brasileiros e estrangeiros publicou, na semana passada, um artigo na respeitada revista Nature afirmando que até 2050 a Amazônia deverá alcançar um ponto considerado irreversível para a recuperação de sua vegetação, com um colapso parcial ou total da floresta. Ou seja, isso pode acontecer dentro de 26 anos. A Amazônia pode virar savana, com o risco de se transformar em deserto. E isso vai acontecer por causa do aquecimento global. Essa previsão é feita por cientistas com base em modelagens estatísticas, mostrando a tendência de elevação das temperaturas, secas extremas, desmatamentos e incêndios florestais, que vêm se agravando.

Impacto no clima

É óbvio que isso terá consequências trágicas. A estimativa dos cientistas é que até 2050 a Amazônia fique com sua floresta exposta a ameaças graves que podem levar a transições no ecossistema, com impactos no clima, redução no volume de chuvas e aumento nas temperaturas médias acima de 1,5 graus Celsius.

Trama golpista

A PF descobriu um áudio no telefone celular de Mauro Cid mostrando que no dia 7 de novembro de 2022, quando já havia perdido as eleições, Bolsonaro teria recebido um grupo de empresários, entre eles Luciano Hang (foto abaixo), Meyer Nigri, Afrânio Barreira e Sebastião Bomfim, para pressionar o ex-presidente a “virar o jogo” e não aceitar a vitória de Lula.

Batismo de fogo
(Pedro Ladeira)

Relatório da Defesa

De acordo com Cid, os empresários queriam que Bolsonoaro pressionasse o Ministério da Defesa a realizar um relatório mais duro com o objetivo de virar o jogo, possivelmente se referindo a mudar o resultado das eleições. Segundo a PF, esse relatório era o que o Ministério da Defesa faria sobre a fiscalização das urnas. Os empresários negam.

A medicina da beleza

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(Divulgação)

Flávia Del Valle, CEO do Lapidare, sistema educacional especializado na área da medicina da beleza, saúde e bem-estar, participou nesta sexta-feira, 23, da inauguração de novo centro de ensino em SP, com investimentos de R$ 10 milhões destinados às áreas de cosmiatria, anatomia, cirurgia plástica e dermatologia. “Respeitamos os novos códigos de beleza estética”, disse Flávia.

Toma lá dá cá: Marco Vinholi, diretor superintendente do Sebrae-SP

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Marco Vinholi, do Sebrae-SP (Crédito:Divulgação )

O sr. tem percebido uma melhora da situação das pequenas e médias empresas?
Com o pós-pandemia e a queda de juros observamos um crescente ambiente de otimismo para as pequenas e médias empresas no que tange a novos investimentos.

Como avalia as expectativas para o setor empresarial de SP neste ano?
A estabilidade tem sido um fator importante para os investimentos. O desafio agora é termos mais crédito no mercado para impulsionar o setor privado.

Em função da falta de investimentos do setor público, o sr. tem visto interesse maior em PPPs?
O marco-regulatório do saneamento e a ascensão de políticas de cidades inteligentes, como eficiência energética, têm criado um ambiente muito atrativo para PPPs e concessões.