As batalhas de Lip Sync já são extremamente famosas em vários programas de televisão pelo mundo e agora farão parte da programação brasileira. A disputa consiste em dublagens e intepretações de músicas famosas, e os critérios de avaliação são a sincronia da dublagem, a dança e a performance em si. No dia 14 de agosto, o estrondoso sucesso terá sua versão brasileira no programa ‘Domingão do Huck’.

“No novo quadro, a cada semana, duas celebridades encaram a brincadeira: um duelo de lip sync, famosas apresentações de dublagem musical. Os artistas devem escolher grandes hits e precisam convencer a plateia com uma performance icônica, um megashow com direito a figurino, coreografia e bailarinos”, diz o comunicado oficial.

O quadro ficou mundialmente famoso no programa americano ‘The Tonight Show’, apresentado por Jimmy Fallon. Depois de dublagens icônicas como do ator Tom Holland cantando Rihanna (veja abaixo) e da atriz Anne Hathaway interpretando Miley Cyrus, o segmento ganhou seu próprio programa chamado ‘Lip Sync Battle’.

Antes de ‘The Tonight Show’, o reality show de competição de drag queens ‘RuPaul’s Drag Race’, que já está em sua 14ª temporada, foi a porta de entrada para muitos fãs conhecerem a competição. A disputa acontece quando competidoras que ficaram em último na semana têm que “lip sync for you life’ (dublar para salvar a própria vida, em tradução livre). A melhor performance da noite fica salva da eliminação.

De subcultura ao mainstream

Contudo, essa não é a verdadeira origem da batalha de dublagens. No próprio programa de RuPaul, é explicado que o segmento é uma homenagem aos ‘Drag Balls’, uma subcultura queer negra que começou no final do século XIX nos EUA.

‘Drag balls’ consistem em eventos musicais com desfiles, dublagem e dança. Não eram televisionados e eram totalmente voltados para a própria comunidade LGBTQIA+ da época. Lá, drag queens e mulheres trans competiam por prêmios. Muitos concorrentes faziam parte de “casas”, que são famílias escolhidas, compostas por outros indivíduos queer. Uma vitória individual também era uma vitória para sua casa.

O documentário ‘Paris is Burning’, disponível na Netflix, mostra detalhes dessa rica cultura queer e das icônicas competições que aconteceram. A produção também traz luz à resiliência dessa parcela da população, que sofre até os dias atuais com a marginalização e a violência.