Na arena política, os jogos de poder são disputados com fervor e estratégia, onde cada movimento é meticulosamente calculado para alcançar o ápice da vitória. No filme Eleição (1999), dirigido por Alexander Payne (Os Rejeitados, Pequena Grande Vida) somos transportados para um microcosmo do sistema democrático — onde a batalha pela presidência do corpo estudantil de uma escola secundária se desenrola com uma intensidade que ecoa os mais ardilosos embates políticos da história. Através de sua narrativa perspicaz, com um senso de humor sagaz, uma trilha sonora marcante e personagens memoráveis, a obra oferece insights profundos sobre a natureza humana e a dinâmica do poder em todas as esferas da vida.

A trama gira em torno de Tracy Flick (Reese Whiterspoon), uma estudante exemplar e ambiciosa que está determinada a vencer a eleição para presidente do corpo estudantil. Seu caminho para a vitória parece certo, até que o professor Jim McAllister (Matthew Broderick) decide sabotar sua campanha ao recrutar um candidato improvável, Paul Metzler (Chris Klein). Um popular jogador de futebol americano se candidata por causa da manipulação do professor.

Tracy representa a personificação da meritocracia, buscando alcançar o sucesso através de seu trabalho árduo e determinação, já Paul é a encarnação do privilégio que – mesmo sem esforço – é capaz de atrair apoio e oportunidades.

A obra oferece uma visão da interseção entre poder, privilégio e justiça social; e serve para examinar questões universais sobre a política e seus bastidores. A corrupção inerente ao sistema político, expõe as falhas do processo democrático, revelando como as eleições costumam se tornar competições sujas, onde a ética é sacrificada em prol do sucesso.

A película nos lembra de uma citação de Friedrich Nietzsche: ”Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro”. À medida que testemunhamos a escalada da rivalidade entre a protagonista e seus oponentes, para a satisfação do professor Jim – isso quando os problemas não são causados por ele mesmo, somos confrontados com a noção de que, frequentemente, a busca pelo poder pode corromper até mesmo os mais nobres propósitos.

Por meio de sua narrativa perspicaz, com um senso de humor sagaz, uma trilha sonora marcante e personagens memoráveis, Eleição oferece insights profundos sobre a natureza humana e a dinâmica do poder em todas as esferas da vida.

É um lembrete oportuno da complexidade e da ambiguidade inerentes à política e ao poder, e da importância de permanecer vigilante e crítico em face das estruturas de autoridade e influência. Nas próximas eleições, em que tipo de candidato você depositará sua confiança?