O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso defendeu, em seminário realizado em São Paulo, que, no Brasil, as questões importantes para o avanço da sociedade e o desenvolvimento do País precisam ser pautadas por boas ideias e sugestões. Segundo ele, é preciso evitar que posições pessoais desqualifiquem quem pensa ao contrário. “Precisamos melhorar o debate público no Brasil”, afirmou.

Barroso deu como exemplo a questão que envolve a redução da maioridade penal, que classificou de “Fla-Flu”. ” Os progressistas são contra, os reacionários são a favor. Não é assim. É preciso de um debate construtivo. O País está precisando de ideias e boas intenções”, disse.

Na avaliação do ministro, é importante que a busca da melhoria da prática da ética no Brasil seja feita de forma individual. “O Brasil é um país extraordinário e precisamos incorporar um espírito de maior ética privada. Se não, nós vamos apontar os dedos para os outros quando parte desta transformação deve vir de nós mesmos”.

Barroso comentou ainda o fato de ter sido vitima há cerca de um mês de uma escuta telefônica ilegal, em seu gabinete, o que foi “institucionalmente muito grave”. Ele disse que não deu importância ao caso, que deixou a cargo da secretaria de segurança do STF. “Meu espaço é totalmente republicano. Não dei muita bola para isso não”, afirmou.

O ministro destacou que seu papel como integrante do Supremo é o de garantir a defesa da Constituição. “A minha lógica atua para avaliar as questões como certo ou errado, dentro desta ótica”, apontou. Barroso disse que tem recebido críticas de vários setores da sociedade, o que, para ele, indica que está fazendo bem o seu trabalho. “Meu conforto é que ouço barbaridades de um lado ou do outro. Isso é sinal que devo estar fazendo bem meu trabalho.”