Nova York, 30/1 – A ordem dada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de suspender a entrada de refugiados e imigrantes de alguns países em território norte-americano deve prejudicar os frigoríficos e empresas locais do setor de carnes, que dependem fortemente dos trabalhadores estrangeiros. Trump anunciou sexta-feira o endurecimento da política do país para recebimento de refugiados e imigrantes muçulmanos, com um decreto que suspendeu a entrada no país de pessoas de sete nações do Oriente Médio e da África – Síria, Irã, Iêmen, Somália, Sudão e Líbia. “Essa política é, certamente, aterrorizante do nosso ponto de vista”, disse Lavinia Limón, presidente do Comitê Norte-americano de Refugiados e Imigrantes, uma organização sem fins lucrativos. A decisão de Trump de congelar o programa por quatro meses e cortar o número de refugiados que entram nos EUA neste ano de 110 mil para 50 mil pode dificultar a contratação no setor de carnes. A mudança vem em um período que muitas empresas de aves e suínos estão se expandindo ou construindo novos matadouros após dois anos de altos lucros. “Esperamos que o governo considere também as ramificações disso em nosso setor e sobre trabalhadores estrangeiros que buscam construir suas vidas nos EUA, por meio dos empregos que nossas empresas podem oferecer”, disse Barry Carpenter, CEO do Instituto Norte-americano de Carne, um órgão comercial. O trabalho em abatedouros é cansativo e pouco qualificado, desta forma não é foco dos cidadãos norte-americanos. Pelo menos um terço da força de trabalho do setor é composta de estrangeiros. Desde que as autoridades começaram, em 1990, a repreender empresas que empregam imigrantes sem documentação, mais postos foram direcionados para os refugiados com permissão de trabalhar. Somente a JBS SA disse, em 2013, que cerca de 15% dos seus 3 mil funcionários na planta de carne bovina em Greeley, no Estado do Colorado, são refugiados. Fonte: Dow Jones Newswires.


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