SIRACUSA, 22 ABR (ANSA) – O barco que protagonizou uma das maiores tragédias da história do Mediterrâneo será transformado em um monumento na Itália para homenagear as pessoas que perderam a vida no mar.   

A embarcação, um pesqueiro azul, chegou em Augusta, na ilha da Sicília, na última terça-feira (20), após ter sido exibida na Bienal de Arte de Veneza em 2019, e será instalada em um “jardim da memória” em uma das docas do porto da cidade.   

O barco afundou no Canal da Sicília em 18 de abril de 2015, no auge da crise migratória no Mediterrâneo, e levava mais de 700 pessoas, das quais apenas 28 sobreviveram – algumas estimativas falam em até mil passageiros.   

A embarcação foi resgatada de uma profundidade de 350 metros em junho de 2016, em uma operação de 10 milhões de euros bancada pelo governo italiano, e ainda carregava centenas de corpos presos nos destroços – o número exato de mortos nunca foi determinado, já que muitas vítimas acabaram levadas pela correnteza.   

Apenas em 2021, pelo menos 449 pessoas morreram ou desapareceram em travessias clandestinas do Mediterrâneo, sendo que 355 pereceram na rota central, que liga o norte da África ao sul da Itália, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).   

O número de vítimas na rota do Mediterrâneo Central desde 2014 passa de 17,6 mil. (ANSA).