Uma embarcação precária, rebocada pela guarda costeira, chegou nesta quarta-feira (28) ao arquipélago espanhol das Ilhas Canárias com os corpos de 17 migrantes a bordo, anunciaram as autoridades.
O barco chegou ao porto de Los Cristianos, na ilha de Tenerife, onde um carro funerário e serviços de emergência o aguardavam.
Um avião da Força Aérea espanhola que realizava uma patrulha de rotina encontrou a embarcação na segunda-feira, a cerca de 500 quilômetros a sudeste da ilha de El Hierro.
Três sobreviventes que viajavam neste barco, dois homens e uma mulher, foram transportados de helicóptero para um hospital em Tenerife. Um dos homens estava gravemente desidratado.
Segundo um porta-voz da ajuda marítima, todos os ocupantes da embarcação eram oriundos da África subsaariana.
A morte de 17 pessoas “é uma das tragédias mais importantes desde a última crise migratória” em 2006, quando o arquipélago ao largo da costa noroeste da África recebeu uma onda histórica de chegadas de migrantes, cerca de 30.000, segundo a delegação do governo.
A viagem da África às Ilhas Canárias, perigosa devido às fortes correntes, tornou-se a prioridade dos migrantes devido às dificuldades impostas pela União Europeia no Mediterrâneo.
As chegadas de migrantes ao arquipélago aumentaram oito vezes em 2020 em relação ao ano anterior, somando 23.023 pessoas.
“O mar agitado nesta época do ano e as longas distâncias que eles percorrem, que podem ir entre 400 e 1.500 quilômetros, dependendo do ponto de partida na costa oeste africana, tornam esta rota especialmente perigosa”, afirmaram em nota o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM).