Barcelona corre com venda de Vitor Roque ao Palmeiras por fair play

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Depois de semanas de negociação, o Barcelona se aproxima de um acordo com o Betis e o Palmeiras pela venda de Vitor Roque. O atacante, comprado em 2023 junto ao Athletico-PR, está emprestado ao clube de Sevilha e os catalães correm contra o tempo para selar o retorno do jogador ao Brasil até esta sexta-feira, quando se encerra a janela de transferências no País. Além disso, o Barcelona quer vender Vitor Roque para inscrever o novo contrato de Iñigo Martínez e se adequar ao Fair Play Financeiro.

O Barcelona quer estender o vínculo contratual de Iñigo, que está no clube desde 2023. Segundo o Marca, a venda de Vitor Roque liberará 8 milhões de euros (R$ 48,6 milhões) na folha salarial do clube. Além disso, o Palmeiras havia concordado em pagar os 25 milhões de euros (R$ 150 milhões) pedidos pelo Barcelona por 80% do atleta. O Betis, no entanto, pede uma compensação financeira para liberar o atacante, que tem contrato de empréstimo até junho.

A venda de Vitor Roque surge, em primeiro plano, para sanar essa questão financeira e entrar em acordo com o teto salarial da LaLiga. Na última temporada, a folha do clube era próxima dos 400 milhões de euros, sendo que o limite, à época, era de 204 milhões. Assim, o clube pode inscrever tanto Iñigo Martínez, como outras peças – a extensão contratual de Lamine Yamal também é discutida no clube.

Em 2023/2024, o teto da folha salarial do clube era de 270 milhões de euros. Desde essa redução, a agremiação precisou fazer manobras financeiras para registrar seus atletas, como foi o caso de Nico Williams e Dani Olmo – este que chegou a ser impedido pela LaLiga de ser inscrito, pelo Barcelona não atender às regras de Fair Play Financeiro da Espanha.

Só nesta temporada, o clube somou 38,3 milhões de euros com negociações de atletas. Além disso, o time catalão considera que não terá retorno esportivo com Vitor Roque e quer recuperar os 30 milhões de euros que investiu quando comprou o jovem do Athletico-PR, em julho de 2023. O atacante chegou à Espanha em janeiro de 2024, mas não ganhou oportunidades com o técnico Xavi Hernández. Hansi Flick, que assumiu o comando no início desta temporada, também não conta com o jogador.

“Não é meu trabalho (falar sobre a saída de Vitor Roque), eu tenho muitos jogadores aqui e tenho que me ocupar deles. Ele decidiu abandonar o clube e se há algo a ser feito é o trabalho de Deco”, afirmou o treinador na última sexta-feira.

POR QUE A LALIGA NÃO AUTORIZOU A VENDA DE VITOR ROQUE?

A LaLiga não autorizou a transferência por questões burocráticas. Conforme o protocolo da entidade que organiza o Campeonato Espanhol, o atacante brasileiro teria de ser “devolvido” ao Barcelona com a janela espanhola aberta para concretizar a rescisão do contrato. A janela está fechada neste momento na Espanha. Procurada pelo Estadão, a entidade disse que não vai se manifestar sobre o assunto.

Por questões legais, o Betis, que tem contrato de empréstimo com Vitor Roque até o fim de junho, não pode reemprestar o jogador ao Palmeiras. Portanto, a operação, que previa que que o time alviverde comprasse o atleta após o fim do empréstimo, foi suspensa. Palmeiras e Barcelona tentam uma liberação, segundo o regulamento da Fifa, até o dia 28 de fevereiro, quando se encerra a janela de transferências no Brasil.

Vitor Roque havia gostado da proposta e aprovara a ideia de retornar ao Brasil e disputar o Super Mundial de Clubes, no meio deste ano. Para ele, seria uma oportunidade de voltar a jogar com constância, o que não ocorreu na Europa, e recuperar o melhor nível técnico.

Vitor Roque é vice-artilheiro do Betis – são sete gols em 33 partidas. Ele passou a enfrentar maior concorrência no setor com a chegada recente do colombiano “Cucho” Hernandéz e tem jogado menos. No último jogo, a vitória por 2 a 1 sobre o Getafe, começou entre os reservas e jogou os 10 minutos finais.