O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, se reuniram nesta quarta-feira, 20, com senadores para apresentar argumentos contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Reunida no gabinete do senador Jorge Viana (PT-AC), metade da bancada do PT foi anfitriã do encontro, do qual também participaram senadores que estão indecisos ou já se posicionaram a favor da instauração do processo.

Na primeira parte, Barbosa fez uma explanação de motivos que defendem a legalidade dos decretos de créditos suplementares, razão pela qual a presidente foi denunciada por crime de responsabilidade. O ministro distribuiu aos senadores um documento em que reúne seus argumentos. Em seguida, Barbosa foi se encontrar com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Na segunda parte da reunião, o advogado-geral da União apresentou a argumentação jurídica contra o impeachment. Na entrada, Cardozo afirmou que vai tentar apresentar a defesa da presidente ainda na primeira fase do processo no Senado, quando a comissão especial decidirá sobre a admissibilidade do impeachment.

“Convidamos senadores de diferentes partidos. O objetivo era tirar todas as dúvidas de quem ainda não entendeu o processo”, explicou o líder do PT, Paulo Rocha (PT-PA).

O senador Cristovam Buarque (PPS-DF), que já se declarou favorável à admissibilidade do processo, achou a reunião produtiva. Segundo ele, o ministro têm muitos argumentos. “Essa conversa pode mudar a posição de muita gente, mas apenas para o julgamento final, não quanto à admissibilidade. Essa, acho que já está definida”, disse.

Além de Cristovam, outros senadores de fora da base de apoio ao governo também participaram da reunião, como Benedito de Lira (AL) e Ivo Cassol (RO) do PP e Wellington Fagundes (PR-MT).