11/09/2020 - 10:03
O nome da DJ e cantora Bárbara Labres figurou entre os assuntos mais comentados nas últimas semanas. O motivo é simples: foi com a música dela, “Hoje é Rave”, que o atacante do PSG Neymar Jr. chegou ao estádio da Luz, em Lisboa, para jogo válido pelas quartas de final da Uefa Champions League, em partida disputada contra a Atalanta. Imediatamente após o vídeo circular nas redes sociais, pessoas de todo o mundo quiseram escutar o hit divulgado pelo camisa 10.
Neymar chegou no pique tocando "Barbara Labres e MC WM – Hoje é Rave"pic.twitter.com/pkR46og2qH
— 🇫🇷 Filipe Frossard Papini (@FilipeDidi) August 12, 2020
Embora Neymar tenha dado uma ‘bombada’ na música, o trabalho de Bárbara não é de agora. Em 2018, durante a Copa da Rússia, ela era a DJ oficial do programa ‘Central da Copa’, da TV Globo, apresentado pelo jornalista Tiago Leifert, e foi lá que ela ganhou projeção nacional. À época, a cantora foi apelidada de “DJ gata” e é desta forma que é lembrada por muitos até hoje.
Em conversa exclusiva com ISTOÉ Gente, Labres contou que apesar de entender o adjetivo atrelado ao seu nome, não se sente tão confortável assim com o apelido. Ela também negou que tenha vivido um affair com Neymar, falou sobre a amizade com ele, o lançamento de sua nova música de trabalho “A Mãe Tá On” e também deu detalhes sobre sua vida pessoal e amorosa.
Confira:
ISTOÉ Gente: Você ficou conhecida em 2018, pela Globo, na época da Copa da Rússia, como a ‘DJ gata’. Essa definição te incomoda de alguma forma?
Bárbara Labres: Eu me incomodo quando me divulgam como ‘DJ gata’. Tanto que sempre que vejo isso em flyer eu peço para tirar. Mas ao mesmo tempo eu entendo que muita gente contrata meu trabalho pela minha imagem. E eu já aceitei que eu tenho que chegar no lugar e mostrar que eu não sou só uma imagem bonita, que eu faço meu trabalho bem feito. Se eu fosse apenas uma imagem, eu seria contratada uma vez e nunca mais voltaria. E eu não teria crescido tanto dentro da minha área, mas felizmente estou conquistando meu espaço mostrando o quão boa eu sou no que eu faço. Por mais que de certa eu não goste de ser chamada assim, está tudo bem também. Eu levo como elogio.
Você já chegou a utilizar a sensualidade para divulgar algumas músicas suas. Quando isso ocorre você sente que o engajamento melhora ou os ‘elogios’ ficam apenas nas fotos e vídeos sensuais?
Na verdade eu só usei a sensualidade em uma das sete músicas. E foi uma música polêmica que eu falei sobre um assunto que nem mesmo as mulheres estão acostumadas a falar [sexo entre mulheres]. Então não consegui sentir se faz diferença na divulgação. Uma música minha é bem diferente da outra. Mas é óbvio que as pessoas gostam de ver você, seu corpo, mas eu acho que ao mesmo tempo que você é elogiada, você julgada. Mas eu acho que o engajamento melhora quando a música é boa, independente dele ser sensual ou não. Se você fizer algo só sensual as pessoas verão e não vão querer ficar ouvindo. Tem coisas que pedem para você ser sensual por conta da música e da ideia que quer passar. E tem coisas que não, que você consegue engajamento altíssimo mesmo sem ser sensual.
Você faz músicas com letras ousadas. Como você se sente com as críticas que recebe por isso em pleno 2020?
Apesar de estarmos em 2020 as pessoas já deveriam estar com a mente mais aberta para falar sobre isso porque muitos homens fazem música falando de sexualidade e se você for ver hits estourados são só homens cantando e falando coisas absurdas, mas ninguém para pra ouvir se isso choca. Então ainda existe esse tabu de mulher poder falar sobre isso normalmente. E estamos em um momento que tem muita gente que está sem fazer nada e isso faz com que elas tenham mais tempo para julgar. Eu acredito que isso seja necessário para evolução. No momento as pessoas pensam ‘como assim ela tá falando disso?’ mas lá na frente vão refletir e pensar ‘pô, ela que começou a falar sobre isso lá atrás’. Então eu acho que seja necessário esse processo, já que, para mim, ninguém cresce sem aprendizado. Obviamente que existem críticas construtivas e críticas da boca para fora, mas você precisa saber absorver e filtrar para fazer bom uso disso.
Você já declarou que é bissexual. O assédio das mulheres é tão grande quanto dos homens?
Você acredita que o assédio das mulheres é muito maior que o dos homens? Mas muito mesmo! E isso é desde sempre. Muito mais mulheres demonstraram interesse em mim do que homens. Não sei se os homens se intimidam por eu ser uma mulher independente e passar uma imagem de mulher forte.
Da sua parte há um sentimento de que que as mulheres estão mais à vontade para assumirem sua orientação sexual que não seja heterossexual?
Sim. Hoje em dias as pessoas estão mais livres para falar sobre isso. E eu espero que cada vez isso seja um assunto natural, principalmente quem sente isso. Porque quando eu comecei a ‘me descobrir’, eu era muito nova e ninguém falava sobre ou se falava sofria muito preconceito. Então hoje em dia eu sinto que isso esteja muito mais natural.
Você já teve alguns relacionamentos com famosos. O que tem de positivo e de negativo?
Eu acho que nesta hora, por mais que seja conhecido ou não, tem os prós e contra por eu ser uma pessoa pública. Se eu me relaciono com alguma famosa a galera vai falar. Se ela não for pública, vão falar também. Então chegou um momento que eu entendi que não consigo ter nada sem as pessoas saberem. Por mais que eu queira que as pessoas consumam meu trabalho, as pessoas querem saber da minha vida pessoal também.
“A mãe tá on” e nas nas pistas ou o coração está apaixonado no momento?
Eu nunca fui de estar nas pistas, sempre muito tranquila. Estou num momento muito bom e o coração está leve. Estou conquistando meu espaço e estou focando no meu trabalho. E minha vida pessoal estou tentando deixar o mais leve possível.
O Neymar havia comentado com você que chegaria ao estádio escutando a sua música?
Ele tinha me dito que faria o passinho da minha música quando fosse comemorar um gol. Aí, chegou o dia do jogo, eu fui desejar boa sorte e ele falou: “Ah, vou entrar com a sua música no estádio hoje”. Mas eu não sabia como seria isso e também imaginei que na hora ele nem iria lembrar. Então, por mais que ele tenha me falado, eu não esperava que ele realmente fosse fazer isso.
Como foi a sua reação ao vê-lo chegando com a música e a reação imediata do público acessando sua música nas plataformas digitais?
Para mim foi um susto, principalmente pelo fato dele ter chegado com a caixa de som no volume máximo. Foi um misto de sentimento. Eu fiquei nervosa, feliz, e ao mesmo tempo queria mostrar para todo mundo, mas não consegui e comecei a tremer.
Como é sua relação com ele? Alguns portais já chegaram a afirmar que vocês já tiveram um affair. Isso de fato ocorreu?
Ele é apenas o meu amigo. Eu o conheço há quatro ou cinco anos. Não nos falamos sempre porque nossas vidas são corridas, mas sempre que dá a gente conversa e principalmente em momentos difíceis que um ajuda o outro. Mas somos apenas amigos, nunca tivemos um affair.
Qual a sua expectativa com o novo single ‘A Mãe Tá On’?
Eu não costumo criar muita expectativa porque música a gente nunca sabe o que vai estourar, o que não vai, quando isso vai de fato acontecer. Então eu sempre tento seguir o meu feeling pensando o mais positivo possível de que vai virar um hit. Eu também estou com bastante música para lançar, então tenho outras músicas sendo entregues para as pessoas.