Um menino emigrante que envia um sinal de socorro, pinturas que denunciam os cruzeiros gigantes que atravessam os canais venezianos. O enigmático artista britânico Banksy se convidou, do seu jeito e com sua arte nas ruas, à Bienal de Arte de Veneza.

Em um vídeo publicado em sua conta do Instagram, o irreverente artista que rejeita a comercialização da arte e cuja obra mistura denúncia política, ironia e poesia, apareceu sem mostrar seu rosto em Veneza, poucos dias depois da abertura em 11 de maio da Bienal Internacional de Arte.

O pintor instalou seus cavaletes e seus quadros perto do Grand Canal, suscitando a curiosidade de turistas e venezianos.

Pouco a pouco, o desconhecido pintor foi colocando uma série de nove telas que, juntas, formam a imagem de um enorme cruzeiro que atravessa Veneza e seus maiores monumentos.

Uma clara denúncia da contínua chegada de cruzeiros à cidade e ao devastador turismo de massas.

Inspirado no célebre paisagista veneziano Canaletto, do século XVII, Banksy intitulou sua obra “Veneza no óleo”, ou seja, navegando sobre o petróleo.

Além de sua original performance, Banksy deixou um grafite em um muro de Veneza que representa um menino migrante que agita uma fumaça rosada com a qual se pede socorro no mar.