Bangladesh inaugurou uma grande ponte perto da capital Daca neste sábado (25), após uma longa obra marcada por atrasos, acusações de corrupção e até linchamentos em meio a rumores de sacrifícios humanos.

A inauguração da Ponte Padma, oficialmente a ponte mais longa do país, cumpre um dos principais objetivos do primeiro-ministro Sheikh Hasina em termos de infraestrutura, oito anos após o início de sua construção.

A ponte rompe um gargalo que forçou mercadorias destinadas ao sul do país, atingido pela pobreza, e à megalópole indiana de Calcutá a tomar a lenta hidrovia do Padma, um importante afluente do Ganges.

“Esta ponte não é feita apenas de tijolos, cimento, ferro e concreto”, disse Hasina a uma multidão de quase um milhão de pessoas reunidas na margem do rio para a cerimônia de abertura.

“É nosso orgulho, um símbolo de nossas capacidades, nossa força e nossa dignidade”, acrescentou. Mas a infraestrutura está ligada a eventos menos brilhantes, antes mesmo do início da obra.

Bangladesh teve que financiar o projeto por conta própria, no valor de 3,87 bilhões de dólares, após a retirada do Banco Mundial e outros credores devido a acusações de corrupção.

Em 2019, oito pessoas foram mortas em linchamentos provocados por rumores nas redes sociais de que certas crianças haviam sido sequestradas e sacrificadas como oferendas para a construção da ponte. Mais de 30 pessoas foram atacadas devido a esses rumores.

Apesar dessas dificuldades, a ponte rodoviária e ferroviária de 6,2 km é considerada um dos projetos mais importantes da gestão de Hasina.