O crescente movimento de abertura de plataformas digitais de investimento por bancos médios deve acirrar a competição com as corretoras pelas pessoas físicas. O banco ABC Brasil, historicamente focado em crédito para empresas, entra no terreno do cidadão comum na semana que vem, ao lançar sua própria plataforma de investimento.

São poucas as instituições médias que ainda não fizeram algum estudo sobre o tema. Uma das questões em análise é a do perigo de manter uma estrutura aberta, que oferece produtos de diferentes instituições, o que embute o risco de um banco captar clientes para produto do “vizinho” que eventualmente tenham um melhor retorno.

O Banco Inter, por exemplo, tem os dois tipos de plataforma: fechada, no banco, e aberta, na distribuidora de títulos. As 535 mil contas digitais da instituição, segundo Helena Lopes Caldeira, superintendente de relação com investidores e planejamento financeiro do Inter, garantem funding suficiente para crédito. O excedente é alocado em produtos da plataforma aberta. As corretoras, segundo ela, garantem atualmente mais volume aos produtos dos pequenos e médios bancos.

O Sofisa, que mantém sua plataforma fechada desde 2011, não prevê sua abertura para distribuição de produtos de terceiros no curto prazo. “Não descartamos, mas não consideramos que seja este o momento”, disse João Ceneviva, responsável pela Tesouraria do Sofisa.

Segundo ele, o banco trabalha nesse momento para agregar serviços à sua plataforma digital, atendendo as necessidades de seus clientes. “Se houver demanda, faremos”, completou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.