Banco Mundial: fluxos de IED para economias em desenvolvimento caem a menor nível desde 2005

Os fluxos de investimento estrangeiro direto (IED) para economias em desenvolvimento – um impulsionador importante do crescimento econômico e de padrões de vida mais elevados – diminuíram para o nível mais baixo desde 2005, a US$ 435 bilhões, mostra o Banco Mundial em relatório publicado nesta segunda-feira, 16, com base em dados referentes a 2023. De acordo com a instituição, a queda é reflexo de altas barreiras comerciais e a investimentos, que representam ameaça à mobilização de financiamento para o desenvolvimento.

Para o Banco, a desaceleração coincide com uma tendência global em que os fluxos de IED para economias avançadas também diminuíram: economias de alta renda receberam apenas US$ 336 bilhões em 2023, o nível mais baixo desde 1996 e equivalente a apenas 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) – metade do pico atingido em 2008.

Ainda segundo o documento, até agora em 2025, metade de todas as medidas relacionadas ao IED anunciadas por governos em economias em desenvolvimento foram medidas restritivas – a maior proporção desde 2010.

“Não é coincidência que o IED esteja atingindo novas mínimas ao mesmo tempo em que a dívida pública está atingindo recordes históricos. O investimento privado agora terá que impulsionar o crescimento econômico, e o IED é uma das formas mais produtivas de investimento privado”, diz o economista-chefe e vice-presidente sênior do Banco Mundial, Indermit Gill.

O Banco Mundial sugere três prioridades políticas para as economias em desenvolvimento: redobrar os esforços para atrair IED; amplificar os benefícios econômicos do IED; e avançar na cooperação global.

“Reverter essa desaceleração não é apenas um imperativo econômico – é essencial para a criação de empregos, crescimento sustentado e alcance de metas de desenvolvimento mais amplas. Isso exigirá reformas domésticas ousadas para melhorar o clima de negócios e cooperação global decisiva para reavivar o investimento transfronteiriço”, avalia M. Ayhan Kose, vice-economista-chefe do Grupo Banco Mundial e diretor do grupo de Perspectivas da instituição.