O Banco Central da Rússia (BCR) elevou sua taxa de referência nesta sexta-feira (27), de 13% para 15%, configurando seu quarto aumento consecutivo em pouco mais de três meses para enfrentar a inflação e a queda do rublo.

“As atuais pressões inflacionárias aumentaram, de maneira significativa, até se situar acima das expectativas do Banco da Rússia”, afirmou o BCR em um comunicado.

“Por isso, é necessário endurecer ainda mais a política monetária”, explicou, com o objetivo de “reduzir” a inflação, atualmente em 6%, para “a meta (…) de 4% em 2024”.

Esse aumento é maior do que o antecipado pelos observadores, que esperavam uma alta para 14% na taxa de juros.

Este anúncio surge depois de os deputados russos terem aprovado, em primeira leitura na quinta-feira (26), um aumento de 68% nos gastos com defesa para o orçamento de 2024, enquanto o conflito na Ucrânia continua a pesar sobre a economia russa.

A queda do rublo nos últimos meses, acompanhada pela inflação, faz muitos russos temerem a queda em seu poder aquisitivo.

O BCR já havia elevado sua taxa básica em julho (de 7,5% para 8,5%); depois, em meados de agosto, para 12%, devido à queda do rublo; e, finalmente, em meados de setembro, para 13%. Esses aumentos não tiveram, contudo, o efeito desejado e o rublo continua fraco ante o euro e o dólar.

Nesta sexta-feira, a cotação era de 92,6 rublos por dólar, e 97,8, por euro, níveis quase tão baixos quanto aqueles registrados em março de 2022, na esteira das sanções impostas à Rússia pela ofensiva na Ucrânia deflagrada no mês anterior.

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