O banco britânico Barclays anunciou nesta sexta-feira (9) que “deixará de financiar novos projetos de petróleo e gás para clientes do setor energético”, uma medida considerada insuficiente por algumas ONGs, já que não interrompe o financiamento de compromissos existentes.

O anúncio faz parte da nova “estratégia ambiental” da companhia em relação à mudança climática, conforme explicado pelo banco, que foi um grande financiador de combustíveis fósseis até o momento.

Barclays afirmou a vontade de “focar em clientes comprometidos com a transição energética”. Em comunicado, anunciaram “restrições” para os próximos projetos que participarem da expansão da indústria de hidrocarbonetos, e dizem esperar “que clientes do setor energético desenvolvam planos de transição ou estratégias de descarbonização antes de janeiro de 2025”.

“A nova política do Barclays contém elementos relevantes”, afirmou a diretora da ONG Reclaim Finance, Lucie Pinson, em um documento recebido pela AFP.

No entanto, o texto da ONG acrescenta que, apesar das restrições aos novos projetos, “o banco britânico ignora, mais uma vez, a primeira emergência: conter a expansão do petróleo e do gás”, e “continuará financiando empresas diversificadas do setor quando já forem clientes”.

Apontado pela ONG como o principal financiador europeu de combustíveis fósseis, Barclays segue os passos de outros bancos europeus, como ING, Société Générale, HSBC, Crédit Agricole e BNP Paribas, com este anúncio.

“O Barclays não consegue se posicionar como um verdadeiro líder com esta nova política energética” porque “deixa a porta aberta para continuar financiando com bilhões a Shell, Exxon e TotalEnergies”, destaca, em outro comunicado na mesma linha, Joanna Warrington, da ONG Fossil Free London.

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