Integrantes da bancada do PMDB da Câmara devem se reunir nesta quinta-feira, 14, para discutir sobre o encaminhamento que vão adotar na votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, previsto para entrar na pauta do plenário da Câmara na sexta-feira.

A reunião dos deputados ainda não foi confirmada, mas deve ocorrer no mesmo dia previsto para a Executiva Nacional do PMDB se reunir para fechar questão a respeito do afastamento de Dilma.

Na reunião de bancada, o líder da legenda, deputado Leonardo Picciani (RJ), deve fazer a contagem de votos contra e a favor do governo. Nos cálculos mais otimistas da base governista, a expectativa é de que o PMDB da Câmara entregue em favor da presidente Dilma ao menos 25 dos 77 votos possíveis. Por outro lado, há quem diga dentro do partido que esse número não deve ultrapassar 10 votos.

Para reforçar o grupo pró-Dilma, os três ministros do PMDB, com mandato na Câmara, Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), Marcelo Castro (Saúde) e Mauro Lopes (Aviação Civil) devem reassumir o cargo de deputado para votarem a favor do Palácio do Planalto.

Liberados

Em encontro realizado logo após derrota do Palácio do Planalto na Comissão Especial do Impeachment, o líder do PMDB da Câmara, Leonardo Picciani (RJ), acertou com o vice-presidente da República, Michel Temer, a liberação da bancada na votação do processo de afastamento de Dilma, prevista para iniciar no plenário da Casa na próxima sexta-feira, 15.

O encontro ocorreu na noite de segunda-feira, 11, no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência, no mesmo dia em que Temer se reuniu, no Rio de Janeiro, com o pai de Leonardo, Jorge Picciani, presidente estadual do PMDB fluminense.

Na breve reunião realizada na base aérea do Rio, Jorge fez um balanço dos votos que a bancada deverá dar no dia da votação do impeachment no plenário e ressaltou a Temer que o afastamento de Dilma tem o apoio da maioria do PMDB do Estado.

A liberação da bancada significa que o partido na Câmara não se posicionará nem contra nem a favor do afastamento de Dilma. Essa “neutralidade” do líder é considerada, porém, como um enfraquecimento da estratégia do Planalto de barrar o impeachment, uma vez que, sem uma orientação de bancada a favor do governo, os deputados poderão votar como quiserem no plenário sem correrem o risco de serem alvo de alguma penalidade.