Baiano dirige hoje uma escolinha de futebol em Brasília e Planaltina de Goiás

Aos 40 anos, 22 de carreira, Baiano decidiu se aposentar. Ele hoje cuida da “Baiano Escolinha de Futebol”, projeto que criou para preparar garotos para o futebol em unidades de Brasília e Planaltina de Goiás. No currículo do ex-lateral direito estão passagens por vinte equipes. Entre elas, Santos, Vasco da Gama, Palmeiras, Boca Juniors e Rubin de Kazan, cidade russa onde Brasil e Bélgica decidem quem passa para a semifinal da Copa do Mundo.

Campeão russo em 2008, Baiano decidiu voltar ao Brasil mais uma vez para jogar no Vasco da Gama entre outubro e dezembro. E ele acha que este foi o maior erro da carreira: “Fui burro. Me arrependo de ter deixado o Rubin para vir para o Vasco. Deveria ter tido paciência”, disse à Coluna do Boleiro.

Dez anos atrás, Baiano estava no que ele considera “o auge da carreira”. Ele já acumulava títulos pelo Santos (Copa Conmebol de 1998) e Palmeiras (Série B do Brasileiro em 2003). Tinha passagens pela seleção brasileira (Pré-Olímpico de 2000) e clubes como o Las Palmas (Espanha) e Boca Juniors. Na cidade russa, ele garante ter se adaptado logo.

“Na Rússia cheguei a jogar com 19 graus abaixo de zero, mas isso foi em Moscou. Era frio, mas a pré-temporada no inverno, a gente fazia em lugares menos frios como a Itália”, contou. Baiano é do grupo de desbravadores contratados pelo Rubin. Aluísio Chulapa, Roni e Calixto trabalharam em Kazan, quando o clube se abriu para o futebol brasileiro.

“No começo, a cidade não era o que é hoje. Tinha um shopping center e dois mercados. Hoje ela é maravilhosa”, falou Baiano. “Mas eu lembro que a gente jantava num restaurante que ficava num barco e era muito bom”, contou. “Minha família se adaptou logo. Vivemos muito bem lá”, lembra.

Baiano diz que dominou “umas 30 palavras” de russo para se virar nas duas passagens que teve em 2006 e 2008. “Aprendi na pré-temporada umas frases como ‘para a direita’, ‘para a esquerda’, ‘para a frente’, ‘para atrás’ e ‘dá a bola’. Aí eu me virava em campo”, afirmou. Uma expressão serviu para muita coisa fora dos treinos e jogos: eu quero. “Eu falava em russo e apontava para o que eu queria”, contou.

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Depois de ser campeão russo, Baiano caiu em tentação. O Vasco da Gama o chamou para jogar por empréstimo de três meses. Depois, disseram os dirigentes, ele seria contratado. O jogador decidiu arriscar. Não aceitou a proposta do Rubin por um contrato de mais três anos e voltou para o Brasil. “Queria voltar e achava que estaria mais perto da seleção brasileira. Aos 30 anos, estava jogando em alto nível. Quem me chamou para o Vasco foi o Tita, que era o treinador. Mas quando cheguei, ele tinha sido substituído pelo Renato Gaúcho. Não deu certo”, disse.

Hoje, Baiano se arrepende da decisão que tomou. Deixou de ganhar dinheiro e de disputar uma Liga dos Campeões da Europa. Encerrou a carreira no Distrito Federal e faz da escolinha que criou sua atividade profissional. Nesta sexta-feira ele vai torcer pelo Brasil e espera ver imagens da cidade de Kazan na transmissão. “É um lugar bonito”, falou.

Baiano diz vai sofrer. Acha que a força do Brasil é o conjunto. Notou que todo atleta que entra continua em bom nível. Mas teme a força ofensiva da Bélgica: “Cada ataque deles vai ser um sofrimento. Vai ser o melhor jogo da Copa porque os dois times jogam para vencer”, falou.

Em 2008 com a família na cidade de Kazan


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