O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, reafirmou a neutralidade política necessária da organização que dirige, nesta quarta-feira (7) ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.

“A universalidade e a inclusão, que são a definição dos Jogos Olímpicos, exigem que nós do COI sejamos politicamente neutros” e, consequentemente, a “não discriminação e a neutralidade política estão no centro da nossa perspectiva em questão de direitos humanos”, explicou Bach em um vídeo pré-gravado.

Responsáveis políticos americanos e europeus questionaram o COI pela realização dos próximos Jogos de Inverno, em fevereiro de 2022, na China, ao considerar inoportuno organizar o evento em um país que acusam de perseguir a minoria muçulmana de Xinjiang ou de limitar as liberdades em Hong Kong.

As autoridades chinesas rejeitaram categoricamente esses apelos e denunciam uma tentativa de prejudicar a China orquestrada pelos Estados Unidos.

“Como organização não-governamental, não temos nem o mandato nem a capacidade de mudar as leis dos países soberanos, e não podemos resolver os problemas dos direitos humanos que gerações de responsáveis políticos foram incapazes de resolver”, argumentou Bach.

“Trabalhar por um mundo melhor pede para agir e mudar, e a mudança sempre começa com você mesmo e isso se aplica também aos direitos humanos”, acrescentou.

“Nossa responsabilidade e compromisso são garantir que a Carta Olímpica seja respeitada durante os Jogos Olímpicos” e que ela garanta “a igualdade dos direitos para todos durante os Jogos, como a não discriminação, independente do motivo, a liberdade de imprensa para cobrir os Jogos, um acesso aberto à Internet em todos os estabelecimentos olímpicos, o respeito dos princípios do direito do trabalho e muitos outros”, disse o dirigente alemão, acrescentando que o COI criou uma unidade de direitos humanos para um melhor diálogo com especialistas neste campo.

vog/rjm/lve/gh/iga/aa