Se há uma coisa que o cinema brasileiro aprendeu a fazer são biografias. Você pode gostar mais de uma, ou de outra, mas todas apresentam um padrão muito bom de qualidade. E o público aprova, caso contrário não seriam tantas. Já tivemos este ano Minha Fama de Mau, sobre Erasmo Carlos; está atualmente em cartaz nos cinemas Simonal, de Leonardo Domigues, sobre Wilson Simonal; na semana que vem começa o Festival de Gramado, e uma de suas atrações será a Hebe de Andréa Beltrão. Para quem acha pouco, tem mais. Logo logo, Sophie Charlotte inicia a rodagem de Meu Nome É Gal, sobre Gal Costa, para o qual já começou a preparação vocal.

Nesse quadro, vale destacar o vigoroso Tim Maia de Mauro Lima, com Babu Santana no papel do cantor, que passa na TV aberta, na madrugada deste domingo, na Globo – Corujão, às 2h17. Babu é espetacular no papel, e Mauro Lima filma com glamour sua bela mulher, Alinne Moraes, que também está divina em outra biografia, João o Maestro, que ele fez depois (em 2017).

Tim Maia baseia-se no livro Vale Tudo – O Som e a Fúria de Tim Maia, de Nelson Motta, que também foi adaptado para musical, no teatro. Apesar das belas qualidades de direção e produção, o filme sofreu duras críticas por suas liberdades ficcionais. Léo Maia, filho adotivo de Tim, listou nada menos de 18 erros e amigos ficaram indignados porque – 1) ele nunca teria portado armas nem batido em mulher, como o filme mostra; 2) transformar a Janaína de Alinne numa síntese de todas as mulheres de Tim Maia cria uma personagem que, mais que complexa, é camaleônica; e 3) a Globo, associada ao projeto por meio da Globo Filmes, foi acusada de proteger a imagem de Roberto Carlos, na sua relação, lá pelas tantas conflitiva, com o biografado.

O próprio Roberto será biografado por Breno Silveira, que dirigiu 2 Filhos de Francisco. Polêmicas à parte, Tim Maia é bom, muito bem feito e ainda tem a trilha – Lamento, Ela Partiu, Nunca Mais (de Odair José), etc.