A Polícia Civil da Bahia está investigando um vereador do Psol em Itaeté (BA) e outras duas pessoas suspeitas de participação na morte de Márcio Oliveira Matos, no dia 24 de janeiro de 2018. A vítima era uma das lideranças do Movimento Sem Terra (MST) e, na época, ocupava o cargo de Secretário de Administração do Município de Itaeté .
Conforme a polícia, as investigações apontam que a execução aconteceu após o líder do MST adotar medidas de contenção de gastos e descobrir fraudes contratuais nas finanças de Itaeté.
Nesta terça-feira (6), equipes da Polícia Civil cumpriram mandados de busca e apreensão nas casas do vereador, de um ex-Secretário de Finanças da cidade e na Câmara de Vereadores de Itaeté.
No gabinete e residência do parlamentar, que é policial militar da reserva, foram apreendidos documentos. O nome do vereador não foi divulgado pela Polícia Civil, no entanto, o único vereador do Psol eleito em Itaeté em 2020 é Dorival Freitas Macedo, conhecido como sargento Dorival.
Em outra casa alvo dos mandados, agentes apreenderam uma espingarda calibre 12, um rifle calibre 22, uma pistola calibre 6,35 e um notebook. Os materiais apreendidos foram levados para a 12ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin) de Itaberaba.
Um dos suspeitos foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Os materiais apreendidos serão encaminhados para perícia no Departamento de Polícia Técnica (DPT).
Procurado pela ISTOÉ, o vereador disse que conhecia Márcio, mas negou as acusações. O parlamentar disse ainda que chegou a dar caronas para o líder do MST.
“Às veze que o conduzi, íamos conversando e ele nunca falou que sofreu nenhuma ameaça, tive como surpresa a morte dele”, afirmou o sargento Dorival.
“Ele era meu amigo. Na época [do crime], conversei com os investigadores da cidade de Jequié, que estavam no caso, informei inclusive os nomes dos supostos envolvidos, que eram inimigos dele, mas aí os valores se reverteram, nada fizeram com os suspeitos”, disse o vereador.