O caixa próprio ainda robusto da B3 no segundo trimestre de 2017, de R$ 4,5 bilhões, é explicado pelo vencimento de debêntures, em agosto deste ano, detalhou nesta segunda-feira, 14, o vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores da B3, Daniel Sonder.

Essas debêntures haviam sido emitidas pela Cetip, em 2014, no valor de R$ 500 milhões, montante que a companhia quer amortizar integralmente.

Já para a segunda metade do ano que vem, a B3 terá vencimentos de R$ 1,663 bilhão, referente especialmente às debêntures emitidas pela BM&FBovespa, no âmbito da compra da Cetip.

O executivo destacou que o patamar de caixa visto como ideal para a companhia é algo entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões.

O caixa médio da companhia no período foi reduzido por conta do pagamento da fatia em dinheiro aos acionistas da Cetip, de R$ 8,4 bilhões, desembolso realizado no fim de abril.

A alavancagem da B3 estava ao fim de junho em 2,6 vezes, mas em três anos a expectativa da empresa é de reduzir esse indicador em uma vez, no fim de 2019.

Sinergia

As sinergias por conta da integração de BM&FBovespa e Cetip já começaram a ser sentidas no segundo trimestre deste ano, mas a B3 decidiu não dar mais detalhamentos sobre esse quesito, o que será feito no final do ano. “Esse é um processo que afeta muitas pessoas e as decisões estão em curso na empresa. No fim do ano daremos um status de como foi a sinergia em 2017”, destacou Sonder.

O executivo disse que há um time formado na B3 que está coordenando os esforços de integração. “Esse grupo está olhando 30 projetos e em um curto espaço de tempo estamos tendo muito progresso”, frisou, citando áreas de suporte, como jurídico, financeiro e de compliance. Além desses pontos, a companhia está ainda organizando quesitos para a integração de longo prazo.

Sonder frisou que dado o perfil dos negócios de BM&FBovespa e Cetip, com grande parte das despesas vindo de pessoal, é normal verificar que parte importante dessas sinergias virá dessa linha.

Dedução fiscal

O valor do ágio estimado para dedução fiscal referente à compra da Cetip, de R$ 7 bilhões, começará a ser amortizado a partir do terceiro trimestre deste ano, disse o vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores da B3.

O executivo frisou, ainda, que as deduções desse ágio deverão ocorrer ao longo de sete anos.