O diretor financeiro da Azul, Alexandre Malfitani, afirmou nesta segunda-feira, 14, que os investidores não costumam dar a devida importância ao investimento feito pela empresa na portuguesa TAP. “Em algum momento vamos monetizar isso, pode até ser no começo de 2020”, indicou, durante o Azul Investor Day.

Em 2016, a Azul adquiriu dívidas conversíveis emitidas pela TAP, no valor de € 90 milhões. Esses bonds são conversíveis, no total ou em parte, e a opção de convertê-los em novas ações da TAP dá direito a benefícios econômicos preferenciais.

Após a conversão total, as ações detidas pela Azul representarão 6,0% do capital total e votante da TAP, com o direito de receber dividendos ou outras distribuições correspondentes a 41,25% dos lucros distribuíveis da empresa portuguesa.

Malfitani destacou que a nova diretoria da TAP tem promovido mudanças significativas nos negócios, “aumentando o valor da empresa”, como a renovação da frota de aeronaves e a abertura de novos destinos tanto na Europa quanto na América do Norte.

Unbundling

Há potencial para que as aéreas brasileiras intensifiquem a prática do “unbundling”, ou seja, de desagregar serviços aos passageiros que hoje estão inclusos no preço da passagem, afirmou o vice-presidente de Receitas da Azul, Abhi Shah.

No Azul Investor Day, o executivo destacou que, diferentemente de empresas americanas e europeias, as brasileiras ainda não cobram por uma série de serviços, como as bagagens de mão e seguros para eventuais interrupções de viagem.

Já Alexandre Malfitani comentou que a Azul está de olho em potenciais consumidores que têm poder de compra para viajar de avião mas que não possuem o meio de pagamento – basicamente, o cartão de crédito – para comprar passagens pela internet. O executivo comentou que há várias fintechs que oferecem soluções para isso, só que voltadas ao e-commerce.