O Azerbaijão acusou nesta terça-feira (27) a Armênia de lançar um míssil contra a cidade azerbaijana de Barda, localizada perto da região separatista de Nagorno Karabakh, que matou quatro civis.

“O saldo do ataque com mísseis armênios em Barda aumentou para quatro mortos”, incluindo uma criança, Hikmet Hajiyev, conselheiro da presidência do Azerbaijão, em sua conta no Twitter.

Denunciando a continuação dos ataques “indiscriminados e direcionados” contra civis, também informou uma dezena de feridos, incluindo mulheres e crianças.

“O número de vítimas é bastante alto por causa do uso de armas com submunição”, acrescentou o conselheiro do presidente azerbaijano.

Segundo Baku, o tiro atingiu a cidade de Garayusifli, na região de Barda.

A porta-voz do Ministério da Defesa da Armênia, Shouchan Stepanian, rejeitou imediatamente essas declarações, mencionando no Twitter uma pura mentira e uma provocação nojenta”.

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Este ataque ocorre um dia após o fracasso de uma nova trégua humanitária anunciada na noite de domingo entre o exército azerbaijano e as forças armênias na região de Nagorno Karabakh.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pomepo, pediu aos líderes da Armênia e Azerbaijão que respeitem o cessar-fogo negociado pelos EUA em duas conversas telefônicas separadas com seus respectivos presidentes, Nikol Pashinian e Ilham Aliev.

O responsável da diplomacia americana, que lembrou que não pode haver “uma solução militar para este conflito”, se reuniu na sexta-feira com seus homólogos armênio e azerbaijano e acordaram uma declaração conjunta de “cessar-fogo humanitário”. Mas duas tréguas parecidas, anunciadas pela França e Rússia, fracassaram nas últimas semanas.

– Avanço das tropas do Azerbaijão –

Os exércitos do Azerbaijão e da Armênia disseram nesta terça-feira que os combates continuam na linha de frente e ambos os lados afirmam que estão no controle.

Segundo um líder de Nagorno Karabakh, três mulheres civis ficaram feridas pelo disparo de mísseis por parte das tropas azerbaijanas contra uma cidade na região de Martuni.

Azerbaijão e Armênia, que lutam desde 27 de setembro, têm travado um conflito acirrado por Nagorno Karabakh desde que separatistas armênios apoiados por Yerevan tomaram o controle da área em uma guerra na década de 1990 que deixou 30 mil mortos.

Após o início dos combates no final de setembro, as tropas azerbaijanas ocuparam territórios que estavam fora de seu controle desde 1990.

Na segunda-feira, a Armênia reconheceu que havia perdido o controle do estratégico Goubadly, no sul de Nagorno Karabakh, quando as forças do Azerbaijão se aproximaram de uma estrada vital entre a Armênia e aquela região.

Mais de 1.100 pessoas, entre elas cerca de cem civis, morreram após o início dos combates, segundo balanços parciais, enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, fala de quase 5.000 mortos.


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