A AWS anunciou nesta sexta-feira (7) que o serviço Amazon Bedrock, usado para acessar aplicações de inteligência artificial, está disponível na região de São Paulo. Na prática, isso significa que empresas brasileiras que usam a nuvem da AWS poderão acessar o Bedrock sem ter que recorrer a servidores localizados em outros países. Para entender melhor a novidade, a coluna conversou com JC Gutierrez, head de Tecnologia e Inovação da AWS para a América Latina.

Segundo Gutierrez, as principais vantagens são a velocidade de acesso aos dados e facilidade de armazenamento das informações em território nacional. “Se os dados estão no Brasil, há um ganho de velocidade das aplicações, já que não é mais necessário enviar dados para os EUA e recebê-los. Além disso, muitas empresas e organizações precisam manter seus dados dentro do País, devido a questões internas de compliance ou a legislações locais como a LGPD. Ou ainda integrar dados de instalações on-premise com aplicações de cloud. Ter um serviço localizado ajuda também nestes pontos”, observa.

O Bedrock funciona como uma porta de entrada para aplicações de IA da nuvem AWS. Por meio do serviço é possível acessar modelos de linguagem como o Llama 3, da Meta; o Claude, da Anthropic; e o Titan, da própria AWS. Gutierrez explica que a abordagem da AWS com relação a IA generativa é não restringir os clientes a apenas poucos modelos de linguagem. “A Amazon tem um investimento na Anthropic, mas oferecemos também modelos de empresas concorrentes, e não apenas aqueles das empresas em que investimos”, pontua.

IA generativa aquece segmento de cloud

Desde o lançamento do ChatGPT no fim de 2022, as aplicações de IA generativa vêm sendo cada vez mais testadas por grandes empresas. E o acesso a essas aplicações virou um grande chamariz para grandes fornecedores de cloud computing atraírem mais clientes. Nessa corrida, a Microsoft aposta em sua parceria exclusiva com a OpenAI, do ChatGPT, enquanto o Google tem aprimorado seu modelo Gemini. Em comum, os grandes players de nuvem também têm buscado parcerias com startups de IA como Anthropic, Mistral e Cohere para ampliar a oferta de modelos de linguagem em suas plataformas.