Em meados de janeiro comentamos por aqui que o Google Cloud havia eliminado as taxas de transferências de dados para clientes que quisessem sair de sua plataforma de nuvem. Na semana passada, foi a vez da AWS – subsidiária de cloud da Amazon – anunciar decisão semelhante.

“Vocês nos disseram que uma das principais razões para adotar os serviços da AWS é poder escolher entre os diversos serviços que oferecemos (…). Acreditamos que esse poder de escolha deve incluir a possibilidade de migrar seus dados para outro provedor de nuvem ou para estruturas on-premises”, escreveu Sébastien Stormacq, executivo da AWS.

No texto, Stormacq observa que mais de 90% maioria dos clientes da AWS já não paga taxas de transferências de dados, pois a empresa oferece 100 GB de dados de graça para transferência de dados em seus contratos. Agora, clientes que usam mais do que este valor também deixarão de pagar para mover os dados para fora da nuvem da AWS.

O fim do lock-in?

Os contratos com muitas cláusulas restritivas e repletos de taxas são alvo de críticas entre muitas empresas que usam os serviços de nuvem. Em alguns casos, companhias decidem colocar suas aplicações em um provedor de nuvem e depois descobrem que não é nada fácil sair dele para encontrar um competidor com um serviço potencialmente melhor e mais barato.

Em reportagem da Bloomberg, analistas apontam que uma das razões por trás das decisões do Google e da Amazon pode ser um esforço para evitar problemas com autoridades antitruste do Reino Unido. Há alguns meses o país iniciou uma investigação sobre possíveis irregularidades de grandes provedores de nuvem em relação à competitividade no mercado, e as taxas cobradas para deixar a nuvem estão entre os assuntos que devem ser endereçados na investigação. Em seu comunicado, a AWS diz que a nova medida “segue as determinações da European Data Act”, conjunto de leis que norteia a gestão de dados na União Europeia.