De Las Vegas (EUA) *

Antes da entrada do CEO da AWS, Adam Selipsky, no gigantesco centro de convenções do hotel The Venetian, em Las Vegas, nesta terça, 28, parecia que a apresentação de uma estrela do rock estava prestes a acontecer. Enquanto desenvolvedores, jornalistas, empresários e nerds do mundo todo se acomodavam nas cadeiras, uma banda executava clássicos de AC/DC, Men at Work e U2. Apesar do esforço dos rapazes, não houve canção que arrancasse mais aplausos e gritos do que as novidades anunciadas por Seliptsky. Foram dez no total.

A mais comemorada delas foi revelada quase no final. Trata-se do lançamento do Amazon Q, um assistente com Inteligência Artificial generativa feito sob medida para qualquer tipo de empresa. Seria algo como uma versão profissional do Alexa. Sempre com a segurança em mente, o Q mergulha nos dados da empresa e devolve soluções para problemas, caminhos para a criação de produtos e a possibilidade de aprender novas tecnologias e soluções de arquitetura.

Além de melhorar o atendimento a clientes, com respostas mais rápidas, precisas e úteis, o Q promete ajudar desenvolvedores a escolher os melhores produtos dentro da nuvem AWS para criar o que a empresa precisa. Os funcionários são beneficiados com novas ferramentas e respostas para melhorar produtividade e inovação. Segundo Seliptsky, o Amazon Q aproveita 17 anos de dados acumulados da AWS para oferecer respostas a dúvidas dos desenvolvedores sobre as aplicações da AWS.

Outras novidades estão associadas ao Amazon Bedrock, serviço que ajuda o cliente a criar e dimensionar aplicativos de Inteligência Artificial dentro da nuvem AWS. Com ele, é possível criar textos, imagens, áudio e dados sintéticos. Agora, o serviço oferece agentes que permitem a aplicativos de IA generativa executar tarefas usando sistemas e fontes de dados da própria empresa. Com o Guardrails para Bedrock, clientes podem criar proteções de segurança personalizadas para suas aplicações de IA generativa. Para facilitar a criação de aplicativos, o Bedrock passa a contar com bases de conhecimento, que usam dados da empresa para fornecer respostas personalizadas para chatbots e sistemas de pergunta e resposta.

Para aqueles clientes preocupados em lidar com volumes de cargas de trabalho e pesquisa na casa dos petabytes, a AWS lançou o Amazon OpenSearch Service. É uma opção de fazer o trabalho pesado sem precisar configurar, gerenciar ou dimensionar clusters Opensearch. E o cliente só paga por aquilo que consumir. Outras novidades anunciadas deixam o futuro dos data center mais sustentáveis, facilitam a transmissão de dados via satélite e aceleram a liberação de informações para os clientes. Todas foram aplaudidas e saudadas com gritos. Como em um show de rock. Só faltou o bis, mas a plateia estava satisfeita.

Outras novidades anunciadas no re:Invent

Amazon WorkSpaces Thin Client

AWS thin client tem a forma de um cubo (Crédito:Divulgação)

Um computador em modelo thin client (ou seja, que não roda sistema operacional em seu hardware, acessando todos os seus recursos via nuvem), criado especificamente para acessar aplicações na nuvem AWS. Nos EUA, o computador será vendido para grandes empresas ao custo de US$ 195. O computador é um pequeno cubo – similar ao Fire TV Cube – que se conecta a monitores, teclados e mouses. O objetivo do produto é fornecer a grandes empresas um produto bem mais barato do que um desktop convencional e já com recursos para acessar aplicações em nuvem.

Novos chips Trainium 2 e Gravitron 4

O chip AWS Trainium2 (Crédito:Divulgação)

A AWS anunciou a nova geração de seus chips usados para rodar aplicações em nuvem. Segundo a companhia, o AWS Trainium2 será a opção com melhor desempenho e menores custo e energia para treinar modelos de IA dentro da nuvem AWS. Ainda segundo a companhia, o Trainium2 tem desempenho até 4x melhor do que a geração anterior, e poderá ser usado em clusters de até 100 mil chips. Já o Gravitron4, voltado para aplicações de uso mais amplo, tem desempenho 30% superior à geração anterior, segundo a AWS.

Amazon One Enterprise

Amazon One Enterprise é sistema de identificação por meio da palma da mão (Crédito:Divulgação)

Um serviço de identificação baseado na palma da mão que serve para grandes empresas controlarem o acesso de funcionários a instalações e serviços de tecnologia internos. Segundo a AWS, a ideia do serviço é eliminar outras formas de autenticação, como crachás e códigos numéricos. Toda a gestão do serviço é feita por meio de aplicativos que rodam na nuvem da AWS. Segundo a empresa, o serviço é mais preciso do que soluções de identificação de íris.

* O jornalista viajou a convite da AWS