13/01/2023 - 9:30
No seu primeiro mandato, petistas fizeram o mensalão e muita gente foi presa. No segundo, houve o petrolão e, agora, no terceiro mandato, Lula não quer cometer os mesmos erros. Não vai tolerar corrupção em seu governo. Por isso, o presidente chamou todos os 37 ministros para uma conversa franca na primeira semana de nova gestão, na sexta-feira, 6, e deu seu recado de forma veemente. “Quem fizer algo errado será convidado a deixar o governo”, disse ele, complementando: “Se cometer algo grave terá que se colocar diante das investigações e da própria Justiça”. Ou seja, ele não vai passar a mão na cabeça de ninguém, como fez antes. As preocupações do petista aumentaram com a instabilidade criada pelos atos terroristas comandados por Bolsonaro, homiziado em Orlando.
Pragmático
Explicou aos ministros que eles precisam agir republicanamente. Têm que atender todos os políticos de forma atenciosa, sem dar chá de cadeira em ninguém, acabando com a história de vender dificuldades para cobrar facilidades, como sempre aconteceu. O que ele quer mesmo é ter o voto desses parlamentares no Congresso, seja lá de que partidos forem.
Waguinho
Isso não significa que deixará algum desses ministros pela estrada. Recado para a ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União Brasil), envolvida com milicianos. Não será demitida, por ora. Afinal, o marido dela, o prefeito Wagner Carneiro, o Waguinho, ajudou, até financeiramente, a campanha de Lula na Baixada Fluminense, reduto bolsonarista.
“Boquinha de luxo”
A presidência da Itaipu Binacional está sendo disputada a tapa entre Jorge Samek, que já dirigiu a empresa em outros governos petistas, e o deputado Enio Verri (PT-PR). Quem está arbitrando a contenda é Gleisi Hoffmann, presidente do PT. Para Roberto Requião, outro candidato à vaga, lhe foi oferecido um assento no conselho da estatal. Frustrado, respondeu duro: “Não quero boquinha de luxo”.
Retrato falado
Luís Roberto Barroso, do STF, que tem sido vítima constante de ataques bolsonaristas, tanto internamente como no exterior, divulgou uma nota veemente após os atos terroristas no domingo, 8, em Brasília. Depois de condenar o terrorismo, o ministro disse que o Judiciário alcançará os vândalos. “A Justiça virá. E os Deuses da democracia protegerão as instituições e cobrirão de vergonha os criminosos que procuram destruí-la.” Ele assumirá a presidência do STF em outubro.
Bate cabeça
A equipe econômica do governo Lula, comandada por Haddad, ainda não conseguiu entender as contas públicas, apesar dos levantamentos que fez durante o período da transição. E a questão dos custos com o aumento do salário mínimo é uma delas. Primeiro, Bolsonaro propôs aumentar o mínimo de R$ 1.212 para R$ 1.302. Mas o governo Lula achou pouco e acertou com o Congresso dar um aumento real de 2,7% e elevou o salário para R$ 1.320. Com isso, a equipe de Haddad estimou que teria um aumento de gastos da ordem de R$ 6,8 bilhões. Mas, agora, a nova gestão acordou e percebeu que o rombo será o dobro disso, ou seja, mais R$ 7,8 bilhões, totalizando R$ 14,9 bilhões.
Conta subestimada
Para suprimir o gasto adicional, o governo terá que fazer um bloqueiro de outras contas. É que os economistas do PT esqueceram que nesse período teve inflação e houve aumento de aposentadorias, cujas contas são impactadas pelo salário mínimo. Tem gente pensando em adiar o reajuste do mínimo para 1º de maio.
Crise no PL
O PL vive uma crise pela liderança do partido na Câmara. Deputados que fizeram carreira na legenda não se opõem à recondução de Altineu Côrtes ao posto, com a bênção de Valdemar Costa Neto. O setor mais bolsonarista da sigla, que chegou ao partido após a saída do PSL, quer alguém como Luiz Philippe de Orleans e Bragança ou Domingos Sávio.
Fora de área
Pouco antes de embarcar para Orlando, Bolsonaro trocou o número de celular. Assoberbado por mensagens e ligações desde a derrota nas urnas, o ex-presidente acompanhou diretamente dos EUA a movimentação dos atos terroristas em Brasília. Está incomodado com a movimentação de Valdemar que busca se cacifar para ele mesmo comandar a oposição.
Faca de dois gumes
Uma ala do PT posiciona-se de forma contrária ao detalhamento dos gastos de Jair Bolsonaro no cartão corporativo. Pontuam que, com a divulgação, teriam de ser levadas a público também as despesas do próprio Lula e de Dilma, dando uma munição gratuita à oposição para melindrar o governo logo no início da gestão. As tratativas são conduzidas pelo ministro da CGU, Vinícius Carvalho.
Toma lá dá cá
O tráfego saturado na rodovia Raposo Tavares é um dos maiores entraves do crescimento do município. Há solução?
Elaboramos um projeto de mobilidade com as intervenções necessárias para diminuir o congestionamento na rodovia e entregamos ao Governo do Estado, que já está fazendo a licitação.
É viável uma linha de Metrô ligando Cotia a São Paulo?
Ajudaria a diminuir o número de veículos na rodovia. É, sem dúvida, uma solução viável. Estamos em diálogo com o novo governador para avançar neste tema.
Essas obras seriam inviáveis sem a participação da iniciativa privada?
Diante do custo de um projeto de linha do Metrô, não é possível imaginar a execução sem ajuda do governo federal ou da
Rápidas
* O general Paulo Sérgio revelou à Câmara que a Defesa gastou R$ 167,2 mil em diárias pagas a militares para acompanhar a fiscalização das urnas em Brasília. Não disse quem pagou as despesas dos 1.605 fardados usados na coleta de boletins em seções eleitorais em todo País.
* O general Paulo Sérgio revelou à Câmara que a Defesa gastou R$ 167,2 mil em diárias pagas a militares para acompanhar a fiscalização das urnas em Brasília. Não disse quem pagou as despesas dos 1.605 fardados usados na coleta de boletins em seções eleitorais em todo País.
* José Dirceu tem sido visto rondando eventos do PT, como nas solenidades de posse, mas promete que não voltará ao governo. Já seu filho, Zeca Dirceu, será o novo líder da bancada do PT na Câmara. Lindbergh Faria ficou para 2025.
* Em política, não tem santo. Lula falava contra o orçamento secreto no Congresso, mas seis ministros do seu governo destinaram, enquanto parlamentares, R$ 326,1 milhões das emendas de relator aos seus redutos.
