SÃO PAULO, 18 SET (ANSA) – O avião presidencial que levou o presidente Jair Bolsonaro para um evento no Mato Grosso nesta sexta-feira (18) precisou arremeter na primeira tentativa do pouso por conta da baixa visibilidade, relatou o próprio mandatário.

“Quando nosso avião foi pousar hoje, ele arremeteu. Essa é a segunda vez que acontece na minha vida. Sempre é algo anormal que está acontecendo, no caso aqui é que a visibilidade não estava muito boa. Para nossa felicidade, na segunda vez, nós conseguimos pousar”, disse o mandatário para uma plateia de representantes do agronegócio.

A região vem sofrendo com queimadas intensas na região do Pantanal desde julho, mas Bolsonaro voltou a minimizar o problema e disse que as queimadas “acontecem todo ano”.

“Estamos vendo alguns focos de incêndio acontecendo pelo Brasil, mas isso acontecem ao longo dos anos. Temos sofrido muitas críticas porque quanto mais nos atacarem, mas interessa para aquilo que temos de melhor, o nosso agronegócio. Quem nos ataca, já queimou todas as florestas antes”, disse sob aplausos dos presentes.

Nesta quinta-feira (17), Bolsonaro já tinha dito que o Brasil estava de “parabéns” por sua preservação ambiental e que o país é o que mais tem fontes renováveis limpas do mundo.

Apesar de ser o período de queimadas no Pantanal, os números oficiais de 2020, fornecidos pelo próprio governo, são alarmantes e muito superiores à média da época.

Dados divulgados nesta quinta pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que 2020 já é o pior ano para as queimadas da história do Pantanal desde 1998, quando os números começaram a ser computados, e que setembro deste ano já é o pior da história desse mês – mesmo ainda na metade.

Entre janeiro e setembro, foram registrados 15.756 focos de incêndio em um dos biomas mais importantes do país – no ano passado, no mesmo período, eram 5.109 focos.

Neste mês, já são mais de 5,2 mil focos de calor – duas vezes mais do que tudo o que foi registrado nos 30 dias de setembro de 2019. As queimadas no Pantanal ainda representam 11,6% do total registrado no mês para todo o Brasil, ficando atrás apenas da Amazônia, que registrava 67.290 focos até 16 de setembro.

O Inpe ainda informa que 2,9 milhões de hectares já foram destruídos pelo fogo neste ano no Pantanal. (ANSA).