Avião da Voepass que caiu em Vinhedo teve falhas apontadas por mecânicos em sistema de degelo em 2023

Destroços de avião da Voepass, que caiu em Vinhedo
Destroços de avião da Voepass, que caiu em Vinhedo (SP) Foto: MIGUEL SCHINCARIOL / AFP

Um relatório da Voepass apontou que a aeronave ATR-72, que caiu em Vinhedo (SP) – cidade que fica a cerca de 80 quilômetros da capital paulista – e causou a morte de 62 pessoas na sexta-feira, 9, permaneceu com o sistema de degelo sem funcionar em ao menos seis ocasiões em três dias de julho de 2023. Em um dos documentos, foi recomendado que o avião não realizasse voos ao Sul do Brasil.

Falhas no funcionamento do sistema de degelo do bimotor ATR-72 estão entre as possíveis causas do acidente em Vinhedo. De acordo com a Voepass, as falhas no equipamento foram identificadas e corrigidas durante o ano passado. A companhia aérea ressaltou que o aparelho estava funcionando no dia da queda. As informações são do “O Globo”.

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Apesar de ser um equipamento essencial para que a aeronave possa expelir os cristais de água que podem se formar durante voo, a falta de um sistema de degelo não impede que um avião decole desde que sejam seguidas determinadas condições e limitações nas suas operações.

No dia 13 de julho de 2023, o responsável pela manutenção da aeronave em Ribeirão Preto (SP) apontou que o ATR-72 apresentava “restrições de gelo” e recomendou que viagens ao Sul, região mais propícia a condições climáticas que geram tal problema, fossem “evitadas”.

Apesar disso, o bimotor voou para Porto Alegre (RS) no mesmo dia e o aeroporto da capital gaúcha também comentou que o sistema de degelo estaria inoperante. Ainda, a equipe de manutenção do aeródromo também citou um para-brisa quebrado e uma falha no equipamento de alerta de aproximação com o solo.

Posteriormente, em 14 de julho de 2023, o avião seguiu para o Aeroporto de Congonhas (SP), onde novamente mecânicos identificaram a falha no sistema de degelo. A aeronave permaneceu no local durante quatro dias e, nesse período, o gerador elétrico – equipamento movido pelas hélices do bimotor e responsável por alimentar a bomba hidráulica, a luz de pouso, a luz da cabine, a descarga do banheiro e outros itens – também se mostrou inoperante.

Depois de passar por nova inspeção em Ribeirão Preto, mais um sistema foi apontado como defeituoso pela equipe de manutenção. O indicador de situação horizontal, que fornece uma exibição visual da posição do avião em relação a pontos de navegação, também estava com problemas.