O avião que levava parte da comitiva de políticos brasileiros que deixou a Arábia Saudita na terça-feira, 17, pousou em Natal (RN), às 10h desta quarta-feira, 18. O grupo de nove pessoas, que inclui quatro prefeitos, ficou preso em Israel após o fechamento do espaço aéreo do país, por conta do conflito com o Irã.
A aeronave partiu do Aeroporto Regional de Tabuk e fez escalas em Maiorca e no Cabo Verde antes de pousar em Natal. Em contato com a IstoÉ, a assessoria de imprensa de Cícero Lucena, prefeito de João Pessoa (PB), comentou que o gestor municipal retornará de carro para a capital paraibana.
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Em uma publicação nas redes sociais, Johnny Maycon, prefeito de Nova Friburgo (RJ), compartilhou a chegada ao Brasil depois de um período de “angústia”. “Foram dias de terror, sem dormir e preocupação extrema”, escreveu.
O prefeito Álvaro Damião, de Belo Horizonte (MG), comentou em uma postagem que pegará um voo de Natal para a capital mineira.
Comitiva deixou Israel pela Jordânia
Os prefeitos foram convidados pelo governo israelense para um evento em Israel que continha seminários sobre segurança pública. Durante a visita, se iniciaram as hostilidades entre o país e o Irã.
O Itamaraty informou que os políticos ignoraram alertas. “A Embaixada do Brasil em Tel Aviv mantém, desde outubro de 2023, alerta consular que desaconselha toda viagem não essencial àquele país”, pontuou o órgão por meio de nota.
No total, cerca de 50 autoridades brasileiras estavam no território governado por Netanyahu, incluindo o governador Marcos Rocha, de Rondônia.
As autoridades precisaram se abrigar em bunkers durante ataques de mísseis do país persa. Inicialmente, um grupo com 12 pessoas cruzou a fronteira de Israel com a Jordânia por terra e foi até a Arábia Saudita.
Das 12 pessoas, nove estavam no jato particular que teria sido organizado pelo prefeito Cícero Lucena e pousou em Natal. Os outros três, Gilson Chagas, Davi de Mattos e Flávio Guimarães viajaram de Tabuk para Doha, no Catar, e de lá partiram de um voo comercial com destino ao Rio de Janeiro.
Saiba quem são os 12 membros da comitiva que deixaram Israel:
- Francisco Nélio — tesoureiro da CNM
- Álvaro Damião — prefeito de Belo Horizonte (MG)
- Márcio Lobato — secretário municipal de Segurança Pública de Belo Horizonte (MG)
- Davi de Mattos — chefe executivo do Centro de Inteligência, Vigilância e Tecnologia de Segurança Pública do Rio de Janeiro (Civitas)
- Welberth Porto— prefeito de Macaé (RJ)
- Claudia da Silva — vice-prefeita de Goiânia (GO)
- Cícero Lucena — prefeito de João Pessoa (PB)
- Janete Aparecida — vice-prefeita de Divinópolis (MG)
- Gilson Chagas — secretário de Segurança Pública de Niterói (RJ)
- Johnny Maycon — prefeito de Nova Friburgo (RJ)
- Francisco Vagner — secretário de Planejamento de Natal (RN)
- Flávio Guimarães — vereador do Rio de Janeiro (RJ)
A outra parte da comitiva das autoridades brasileiras deixou Israel na madrugada desta quarta-feira, 18. A informação foi confirmada pelo Itamaraty à IstoÉ. De acordo com o órgão, ainda estavam no país 27 integrantes, sendo 12 políticos, e todos conseguiram sair atravessando a fronteira com a Jordânia.
O senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Israel, criticou o que chamou de “ausência absoluta” do Itamaraty nas tratativas para que a comitiva brasileira deixasse em segurança o território israelense.
O Itamaraty, no entanto, rejeitou a acusação e disse que a saída dos brasileiros resultou de uma “estreita coordenação” entre pelo ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o chanceler da Jordânia, Ayman Safadi.
Israel X Irã
Israel está em meio a guerras contra os grupos islamistas Hamas, na Faixa de Gaza, e Hezbollah, no Líbano, além do conflito iniciado na última sexta-feira, 13, com o Irã após o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu iniciar uma série de ataques ao país.
Os ataques israelenses já mataram pelo menos 224 pessoas, incluindo comandantes militares de alto escalão, cientistas nucleares e civis, segundo autoridades iranianas. Do lado israelense, o saldo é de 24 mortos e mais de 500 feridos.
*Com informações da Deutsche Welle
**Estagiário sob supervisão