A comitiva brasileira de políticos que deixou Israel na segunda-feira, 16, atravessou a Jordânia e pegou um voo na Arábia Saudita nesta terça-feira, 17, para retornar ao Brasil. O grupo de 12 pessoas inclui prefeitos, secretários municipais e outras autoridades.
Nas redes sociais, o prefeito Álvaro Damião, de Belo Horizonte (MG), que integra a comitiva, fez uma publicação agradecendo os esforços do governo brasileiro, de Israel, da Jordânia e da Arábia Saudita. O deputado federal Mersinho Lucena (PP-PB), filho de Cícero Lucena, gestor municipal de João Pessoa (PB), que está na Arábia Saudita, acompanhará o pai na viagem de retorno ao Brasil.
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Saiba quem são os 12 membros da comitiva que deixaram Israel:
- Francisco Nélio — tesoureiro da CNM
- Álvaro Damião — prefeito de Belo Horizonte (MG)
- Márcio Lobato — secretário municipal de Segurança Pública de Belo Horizonte (MG)
- Davi de Matos — chefe executivo do Centro de Inteligência, Vigilância e Tecnologia de Segurança Pública do Rio de Janeiro (Civitas)
- Welberth Porto — prefeito de Macaé (RJ)
- Claudia da Silva — vice-prefeita de Goiânia (GO)
- Cícero Lucena — prefeito de João Pessoa (PB)
- Janete Aparecida — vice-prefeita de Divinópolis (MG)
- Gilson Chagas — secretário de Segurança Pública de Niterói (RJ)
- Johnny Maycon — prefeito de Nova Friburgo (RJ)
- Francisco Vagner — secretário de Planejamento de Natal (RN)
- Flávio Guimarães — vereador do Rio de Janeiro (RJ)
Segundo o “Bom Dia MG”, da “TV Globo”, Damião deixou a Arábia Saudita às 3h40 do Horário de Brasília em um avião que partiu do Aeroporto Regional de Tabuk. Nove integrantes da comitiva saíram do país em um jato particular que teria sido organizado pelo prefeito Cícero Lucena. Os demais devem retornar em um voo comercial para o Rio de Janeiro (RJ).
“Obrigado ao governo Brasileiro, de Israel, Jordânia, Arábia Saudita e a todos pelas manifestações de carinho! Em breve, possivelmente já nesta quarta feira, em Belo Horizonte, se Deus quiser”, escreveu o prefeito da capital mineira.
As autoridades brasileiras foram até Israel a convite do governo israelense para acompanhar um evento. O Itamaraty informou que os políticos ignoraram alertas. “A Embaixada do Brasil em Tel Aviv mantém, desde outubro de 2023, alerta consular que desaconselha toda viagem não essencial àquele país”, pontuou o órgão por meio de nota.
O grupo teve de cruzar a fronteira da Jordânia por terra devido ao fechamento do espaço aéreo de Israel em meio ao agravamento do conflito com Irã. De acordo com o Itamaraty, outras 27 autoridades brasileiras ainda estão no território governado por Benjamin Netanyahu.
“A embaixada do Brasil em Tel Aviv insta todos os brasileiros e brasileiras em Israel a seguirem estritamente as recomendações do ‘Home Front Command’ israelense e a permanecerem sempre nas proximidades de abrigo fortificado (‘bunker’ ou equivalente), para onde devem se dirigir imediatamente ao ouvir sirenes ou outros alertas”, disse o Itamaraty.
Entre as autoridades que ficaram em Israel está o governador Marcos Rocha, de Rondônia. O político afirmou que foram elaboradas duas comitivas, a de prefeitos, que já deixou a Arábia Saudita, e a do consórcio de governadores, da qual faz parte. Rocha apontou que os dois grupos são trabalhados de formas distintas pelo governo israelense.
“Eu optei para que aquelas pessoas que estivessem com necessidade de medicamentos, de tratamento de saúde, que elas possam ir na frente e os demais divididos de acordo com a necessidade e a possibilidade”, pontuou o governador de Rondônia.
O senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Israel, criticou o que chamou de “ausência absoluta” do Itamaraty nas tratativas para que a comitiva brasileira deixasse em segurança o território israelense.
O Itamaraty, no entanto, rejeitou a acusação e disse que a saída dos brasileiros resultou de uma “estreita coordenação” entre pelo ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o chanceler da Jordânia, Ayman Safadi.
Israel X Irã
Israel está em meio a guerras contra os grupos islamistas Hamas, na Faixa de Gaza, e Hezbollah, no Líbano, além do conflito iniciado na última sexta-feira, 13, com o Irã após o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu iniciar uma série de ataques ao país.
Os ataques israelenses já mataram pelo menos 224 pessoas, incluindo comandantes militares de alto escalão, cientistas nucleares e civis, segundo autoridades iranianas. Do lado israelense, o saldo é de 24 mortos e mais de 500 feridos.
*Com informações da Deutsche Welle