O dólar recuou ante as moedas fortes nesta sexta-feira, 6, pressionado pela forte aversão ao risco que tomou conta dos mercados internacionais após a escalada das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China. Os números do relatório de emprego (payroll) de março e a fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, também influenciaram o movimento.

No final da tarde em Nova York, o dólar caía para 106,87 ienes e recuava para 0,9588 franco suíço. O euro subia para US$ 1,2286.

Ontem à noite, após o fechamento dos mercados de Nova York, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que considera aumentar de US$ 50 bilhões para US$ 150 bilhões o valor estimado de produtos importados da China que seriam alvo de tarifação. Em forte reação, Pequim prometeu “revidar energicamente”.

Na tarde de hoje, o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, reconheceu que as novas investidas de Washington contra produtos chineses aumentam a possibilidade de uma guerra comercial com a China, mas ressaltou que esse não é o objetivo do governo Trump.

A escalada retórica provocou aversão ao risco, com fuga para ativos de segurança. Além disso, dados de emprego dos EUA e os eventuais efeitos na inflação ajudaram a derrubar o dólar.

Pela manhã, o Departamento do Trabalho informou a criação de 103 mil novas vagas, ante previsão de analistas ouvidos pela Dow Jones Newswires de criação de 178 mil postos.

À tarde, em evento em Chicago, Jerome Powell afirmou que a alta gradual de juros deve manter economia dos EUA forte, mas reconheceu que há evidências de que o mercado de trabalho não está excessivamente apertado. Para o presidente do Fed, a discussão sobre eventuais efeitos das sobretarifações na inflação “ainda estão em estágio inicial”.