‘Avatar: Fogo e Cinzas’ carrega o peso de manter o sucesso da franquia

Novo filme da saga chega aos cinemas nesta quinta-feira, 18 de dezembro

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‘Avatar: Fogo e Cinzas’ chega aos cinemas nesta quinta-feira, 18 de dezembro Foto: Divulgação

Com um orçamento estimado em US$ 400 milhões, sem falar de verbas de marketing, “Avatar: Fogo e Cinzas”, de James Cameron, chega aos cinemas nesta quinta-feira, 18, com uma missão particularmente desafiadora: seguir o ritmo de sucesso dos dois filmes anteriores. Não se trata exatamente de superar números, o que já seria gigantesco, pensando-se na popularidade da franquia. Mas ser o grande destaque do cinema na temporada.

O primeiro filme da franquia, “Avatar” (2009), é o recordista de bilheteria no mundo, com cerca de US$ 2,9 bilhões acumulados – a vice-liderança global cabe a “Vingadores: Ultimato” (2019), do MCU (Universo Cinematográfico Marvel), com US$ 2,797 bilhões. O segundo capítulo da saga do mundo de Pandora, “Avatar: O Caminho da Água” (2022), amealhou US$ 2,3 bilhões. Foi a produção que mais faturou naquele ano, superando blockbusters como “Top Gun: Maverick”.

Agora é a vez de “Avatar: Fogo e Cinzas” batalhar pelo topo do ranking de bilheteria de 2025, que tem em primeiro lugar a produção chinesa “Ne Zha 2: O renascer da alma”. De acordo com os dados do Box Office Mojo, referência internacional sobre a arrecadação dos filmes, a animação já conquistou US$ 1,9 bilhão. Outra animação, “Zootopia 2”, vem na sequência, com US$ 1,1 bilhão.

Com seus 197 minutos de duração, “Avatar: Fogo e Cinzas” retoma a história do povo Na’Vi e da família Sully que, em nova jornada, entremeada de criaturas e elementos diferentes, se confronta com outro clã, o Povo das Cinzas, que não é nada amistoso.

No terceiro capítulo da franquia, a história começa semanas após os acontecimentos de “Avatar: O Caminho da Água”, que termina com a trágica morte de Neteyam (Jamie Flatters), o filho mais velho de Jake Sully (Sam Worthington), ex-fuzileiro naval que se tornou parte dos Na’Vi, e Neytiri (Zoe Saldaña). A forma como o clã passa pelo luto dará o tom do filme e vai ditar as ações dos personagens na trama, entre eles os humanos.

‘Avatar: Fogo e Cinzas’ carrega o peso de manter o sucesso da franquia

A relação do casal também chama atenção. Enquanto Jake se volta para a guerra e assume uma postura autoritária com os filhos, Neytiri se fecha em um casulo de ódio que a afasta dos demais. Kiri (Sigourney Weaver) se torna a filha mais velha enquanto busca respostas sobre si mesma e Lo’ak (Britain Dalton) deve lidar com a culpa por sentir que causou a morte do irmão. Já o humano Spider (Jack Champion) passa a sentir que sua presença está desequilibrando o emocional da família que o adotou.

A maneira de enfrentar essa desarmonia leva os Sully a empreender nova aventura – e pelos ares. Para proteger Spider, a família decide levá-lo para a fortaleza dos Omatikaya, o clã da floresta de onde vem Neytiri. Para ir até lá, eles fazem uma aliança com o clã Tlalim, outra novidade do filme. Conhecido como “wind traders” (comerciantes do vento, em tradução livre), o grupo é nômade, pacífico e viaja pelos céus do planeta Pandora. Eles são liderados por Peylak (David Thewlis) e ficam responsáveis por levar Spider e a família Sully até seu antigo lar.

No caminho, porém, eles são interceptados pelos Na’Vis agressivos. O Povo das Cinzas, os Mangkwan, é diferente dos demais clãs por ter virado as costas a Eywa, a divindade natural de Pandora. A ruptura ocorreu após a erupção de um vulcão que matou parte do grupo e destruiu seu lar. A líder dos Mangkwan é Varang (Oona Chaplin), personagem sombria que faz tudo para salvar o clã. É a vilã do filme. O Povo das Cinzas, que se alia aos inimigos humanos da família Sully, mostra que os Na’Vi não são sempre bons.

Novas criaturas

Como é de se esperar na franquia, novas criaturas do planeta Pandora são apresentadas. Entre as espécies que prometem surpreender o público estão os Medusóides, seres aéreos que servem de meio de transporte para o clã Tlalim. Inspirados em águas-vivas, eles têm mais de 150 metros de altura e funcionam como uma espécie de balão ao carregar gôndolas que levam os Na’Vi e suas mercadorias.

E há ainda outra espécie voadora, o Nightwraith (Espectro Noturno, em tradução livre), a montaria de Varang. A criatura tem quatro asas e um chifre, com um visual ameaçador que compõe o aspecto assustador da líder do Povo das Cinzas.

Outro momento que deve despertar emoções é a batalha que vai acontecer no terceiro capítulo da franquia. Como o designer de produção Ben Procter declarou para a revista Empire, a guerra entre os habitantes de Pandora e os humanos atingirá uma escala que não tinha sido vista nos dois filmes anteriores.

‘Avatar: Fogo e Cinzas’ é o terceiro filme da franquia

Inteligência Artificial e as sequências 4 e 5

É inegável que “Avatar” procura entregar para o público uma experiência cinematográfica que encanta pelos recursos tecnológicos e pela beleza das imagens. Não é diferente com “Fogo e Cinzas”. O esmero com o CGI, as cenas criadas por computador, continua impactando. Na era da Inteligência Artificial (IA), ela teria vez com Cameron? Em recentes entrevistas, o cineasta declarou que não recorreria à IA como parte do processo criativo. O roteiro será sempre uma criação humana. E disse que acha “horripilante” atores criados pela tecnologia – o que jamais faria. Ele destaca, constantemente, a importância do elenco na produção. Belo é ver a atuação humana, defende.

No entanto, Cameron acredita que a IA pode ajudar a agilizar processos técnicos. Nesse sentido, a Inteligência Artificial pode ser um facilitador para Cameron acelerar a produção dos capítulos 4 e 5, sequências esperadas, mas que hoje o cineasta já não tem tanta certeza de conduzir – para finalizar “Fogo e Cinza” foram necessários cinco anos depois do fim das filmagens. Portanto, a tecnologia poderia reduzir, além do tempo, os custos de produção, uma necessidade cada vez mais premente da indústria.

Mesmo sem ter estreado, o novo filme da franquia recebeu quatro indicações ao Oscar 2026: Melhor Trilha Sonora, Melhor Canção Original (“Dream as One”, com Miley Cirus), Melhor Som e Melhores Efeitos Visuais.

“Avatar: Fogo e Cinzas” tem roteiro de Cameron, Rick Jaffa e Amanda Silver. No elenco, estão ainda Stephen Lang (coronel Miles Quaritch), Kate Winslet (Ronal, Na’vi do clã Metkayina, o Povo das Águas), Cliff Curtis (Tonowari, companheiro de Ronal), Bailey Bass (Tsireya, ou Reya, filha dos líderes do clã Metkayina, Ronal e Tonowari) e Trinity Bliss (Tuktirey ou Tuk, a caçula dos Sully).

Assista ao trailer do novo filme abaixo: